O mercado de trabalho do Paraná começa a mostrar recuperação. A indústria do Estado abriu 11,4 mil vagas de emprego nos primeiros cinco meses deste ano. Para um setor que vinha encolhendo nos últimos anos, é uma grande notícia. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego e dão conta de que a safra recorde e bons resultados na pecuária reforçaram o saldo positivo entre admissões e demissões com destaque para as atividades diretamente ligadas ao setor, como a fabricação de alimentos, ou indiretamente, como maquinário e transporte.

Outro sinal apontando que o agronegócio está salvando a "lavoura" é que a maior parte das vagas foram criadas no interior, com saldo negativo na Região Metropolitana de Curitiba. Os municípios localizados próximos da capital perderam 1,7 mil postos de trabalho e as cidades menores contaram com a abertura de 4,1 mil vagas.

Os subsetores fabris que puxaram o resultado são alimentícios e bebidas, têxtil e vestuário, borracha, fumo e couros, farmacêuticos e veterinários, material de transporte, material elétrico e de comunicações, além de madeira e mobiliário. É o peso do campo na economia brasileira, desmentindo o velho mito de que a agricultura só vai bem da porteira para dentro.

Como comentou o consultor econômico Cid Cordeiro, em reportagem, hoje, na FOLHA, o agronegócio tem efeito irradiador de riquezas. Tanto que a estimativa é que 1% no PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio signifique alta de 0,5% a 1% no PIB dos outros setores. O resultado dessa equação são mais contratações, mais renda e maior consumo.
O crescimento pode não ser tão importante diante dos grandes saldos negativos dos últimos anos. Mas é um alívio. E, se a crise política não atrapalhar, os desdobramentos na economia podem continuar positivos.