No linguajar popular, o termo novela pode ser entendido como algo que se arrasta há tempos sem expectativa de conclusão. As "sete novelas londrinenses", tema de reportagem especial deste final de semana da FOLHA, traz algumas obras inacabadas e promessas não cumpridas de várias administrações municipais de Londrina. Muitas das obras iniciadas durante uma gestão deixam de ser prioridade para o próximo governo. Há casos em que um projeto elaborado com uma finalidade ganha outra proposta ou, em casos mais graves, são descontinuados. Construção parada é dinheiro jogado fora, uma herança maldita para os futuros gestores. Sete casos emblemáticos foram listados pela reportagem. Algumas dessas situações se prolongam há décadas. Os projetos mostrados são o Centro de Controle de Zoonoses (em pauta desde 2003), as desapropriações dos lotes vizinhos ao Aeroporto Governador José Richa (a modernização está em debate desde 1996), a construção de um viaduto na Avenida Dez de Dezembro esquina com Leste-Oeste, o desassoreamento do Lago Igapó; o manejo de pombos (desde 2004); a construção do Teatro Municipal (iniciada em 2013); e o Jardim Botânico (em funcionamento desde 2013, mas ainda não concluído). Especialistas ouvidos pela reportagem apontam os prejuízos causados pela descontinuidade de projetos e reforçam que a sociedade precisa aprender a fiscalizar e a exigir transparência nos gastos públicos. Com base no que está sendo mostrado pela FOLHA, um grande desafio para o próximo prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), é fazer um plano de gestão que pense no futuro dessas obras. Muitas são de grande urgência, como o manejo dos pombos, a conclusão do Teatro Municipal e a modernização do Aeroporto. Nesse momento em que a equipe de transição do novo prefeito analisa a realidade financeira do município, é importante levantar também a situação dos projetos que precisam ser continuados.