A Lei Cidade Limpa completou seis anos em junho e uma rápida circulação por Londrina mostra que ela vem cumprindo o objetivo de disciplinar os anúncios que compõem a paisagem urbana da cidade. A maioria dos estabelecimentos parece obedecer à regra. Mas especialistas em planejamento urbano já perceberam que as irregularidades vêm aumentando aos poucos, à medida que os comerciantes conseguem burlar a fiscalização. A reportagem da Folha de Londrina percorreu vários pontos da cidade para saber o que mudou nestes últimos anos e percebeu que a poluição visual diminuiu, mas encontrou empresários que decidem descumprir deliberadamente a exigência. Em um dos estabelecimentos visitados, a placa da fachada havia sido substituída por uma menor quando a lei foi publicada, mas o proprietário voltou recentemente a colocar a antiga, que ocupa toda a extensão. A comunicação visual deve ocupar apenas 15% da área. A justificativa é sempre a mesma. O comerciante acredita que pode desobedecer ao regulamento porque outros concorrentes estão agindo errado. Ao contrário do que muitos acreditam, a poluição visual em excesso afeta a qualidade de vida em uma localidade e bairro. Os anúncios irregulares podem até mesmo causar acidentes de trânsito por desviar a atenção do motorista, além de desvalorizar o valor histórico de um prédio. Quando a lei foi aprovada, houve polêmica e um período de adequação. O município não pode deixar que a regulamentação enfraqueça. Em alguns pontos da cidade, como a Rua Sergipe, a mudança foi notável. Quando saíram as placas gigantes, fachadas antigas das lojas reapareceram. Algumas, da década de 1940. Nesse sentido, o município pode pensar em uma segunda etapa, que é a manutenção desses elementos arquitetônicos históricos relevados pós Cidade Limpa. Mas, nesse momento, melhorar a fiscalização para que todos cumpram lei significa deixar Londrina livre da poluição visual.