A determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) para que os contratos firmados com as seis concessionárias de pedágio que atuam no Paraná, embora tardia, é uma boa notícia aos usuários. A tarifa cobrada é demasiadamente cara, sendo inclusive uma das mais altas do País. No entanto, o que até agora, era apenas a indignação dos paranaenses foi confirmado por um órgão federal. Para o TCU, há indícios de que foram feitas alterações nos contratos sem a devida análise dos critérios técnicos, como ''mudanças nos investimentos e nos cronogramas de execução de obras para anular as perdas das concessionárias nos primeiros anos de contratos''.
O valor mais alto é o da praça instalada na BR-277, em São José dos Pinhais, que é de R$ 13,90 para veículos de passeio. Em seguida, estão as tarifas do Norte Pioneiro, de R$ 11 e R$ 12,80. Nesses locais há muitos trechos de pista simples de baixa velocidade, que não justificam o alto valor cobrado desde 1997, quando os contratos foram assinados. Apesar da tarifa, a duplicação está prevista apenas para 2021. Tempo demais.
É importante lembrar que antes da concessão, algumas rodovias eram intransitáveis, situação que ainda perdura nas estradas não pedagiadas. O que precisaria ser feito é justamente essa análise determinada pelo TCU, que pode reduzir o valor das tarifas ou a execução de obras, também muito importantes para os usuários.
O motivo da polêmica é o acordo feito pelo então governador Jaime Lerner, às vésperas da eleição na qual era candidato à reeleição em 1998, que baixou os valores das tarifas, mas desobrigou as concessionárias da execução de obras. O TCU também alega que os aditivos firmados em 2000 e 2002, pelo mesmo governador, que faziam retornar as tarifas aos valores originais e estabeleciam novos cronogramas de investimentos não levaram em conta o direito dos usuários. O que os paranaenses esperam é que o Departamento de Estradas de Rodagem reavalie esses contratos firmados até como resposta aos paranaenses, que têm sido os maiores prejudicados.