A Folha de Londrina trouxe em sua edição do último fim de semana reportagem que lembra os 40 anos do Calçadão de Londrina. A obra, iniciada em março de 1977 e concluída em dezembro do mesmo ano, foi uma importante iniciativa para deixar o centro mais humanizado.
Diminuía o "privilégio" dos carros na Avenida Paraná e aumentava o espaço para os pedestres - no início da década de 1970, o tráfego de veículos na região já era considerado exagerado. Problema que persiste hoje no próprio centro e em outros pontos.
Durante muitos anos, o Calçadão foi um dos principais cartões-postais da cidade. Hoje, esse ranking mudou. Tantas alterações no decorrer dessas quatro décadas contribuíram para o espaço perder o seu charme. Não houve muita preocupação em preservar esse patrimônio histórico, um registro de importante fase do desenvolvimento de Londrina.
Lembrando que o projeto teve uma importante assinatura: do arquiteto e urbanista Jaime Lerner, prefeito de Curitiba entre 1971 e 1975, responsável pelo famoso Calçadão da Rua XV de Novembro, a primeira rua de pedestres do País, inaugurada em 1972.
Voltando ao Calçadão de Londrina, o projeto contemplou ainda o Bosque, e as praças Willie Davids, Primeiro de Maio e Sete de Setembro. O anel central foi dividido em seis setores. A região da Praça Gabriel Martins foi considerada o coração da cidade e ganhou o nome de Cuore (coração, em italiano).
Ali era o ponto de maior aglomeração das pessoas e que ganhou a maioria dos quiosques – pequenas construções comerciais que foram banidas anos atrás e agora voltaram, com aprovação da população, mas com estética questionada.
É certo que esse "quarentão" precisa de renovação. A população tem saudades do petit pavet e de outros elementos da arquitetura original e também de equipamentos que convidavam o londrinense a curtir o centro da cidade.
Faltam atrações e segurança para manter o Calçadão atraente para as famílias e "vivo" também no período da noite. O distanciamento do londrinense desse primeiro centro de compras do município é reflexo da pouca importância que a sociedade brasileira dispensa à preservação da história e dos monumentos de suas cidades.