A cada hora, cinco acidentes de trabalho acontecem no Paraná, totalizando por dia mais de 130 ocorrências. O cálculo foi feito com base nos dados de 2015 publicados no Anuário Estatístico da Previdência Social. Naquele ano, mais de 612 mil acidentes foram registrados em todo o país e o Paraná ficou na quarta posição em número de ocorrências com 47.337, perdendo apenas para São Paulo (207.703), Minas Gerais (62.566) e Rio Grande do Sul (52.030). O gasto do governo federal com o pagamento de benefícios aos trabalhadores acidentados é bastante alto. Foram R$ 290 milhões em 2015, sendo que no Paraná, o gasto ficou em R$ 19 milhões. O custo é referente ao pagamento de auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e outros valores relacionados. Segundo a Associação Paranaense de Medicina do Trabalho, em todo o país foram registrados, nos últimos cinco anos, 3,5 milhões de acidentes de trabalho, que causaram 13 mil óbitos. Entre as principais lesões causadas no ambiente de trabalho estão traumas em mãos, antebraços e dedos; tendinites; lesões na coluna e nos punhos, ferimentos que estão bem relacionados com trabalhos repetitivos. Mas a tendência está mudando. Nos últimos anos, os especialistas estão observando o aumento das notificações de transtornos mentais fora e dentro do ambiente de trabalho. Ainda conforme o anuário, em 2015 mais de 16,3 mil trabalhadores brasileiros sofreram acidentes classificados como "reações ao estresse grave e transtornos de adaptação", "transtornos ansiosos" e "episódios depressivos". Em 2014, foram 16,1 mil trabalhadores cadastrados nas mesmas condições. Se é possível estipular o custo financeiro dos acidentes de trabalho, no caso, R$ 290 milhões em 2015, os custos indiretos são imensuráveis. Há os gastos dos atendimentos no Sistema Único de Saúde e com ações nos tribunais de Justiça, para citar apenas dois exemplos. E como mensurar o valor de uma vida? Como falar do trauma e das dificuldades de uma família que perdeu um pai, mãe, irmão em acidentes de trabalho? Para reduzir esse número não tem magia ou segredo. É preciso investir em prevenção, em máquinas mais seguras, equipamentos de proteção e educação do trabalhador.