Desde que a Operação Lava Jato foi deflagrada, em março de 2014, muito se tem falado sobre o custo da corrupção. É difícil conseguir dados certos sobre a quantia de dinheiro público desviado para o bolso de criminosos.
Segundo a Organização das Nações Unidas, o custo anual desse crime chega a R$ 2,6 trilhões. No Brasil, um estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo calculou que até 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto) são perdidos todos os anos com práticas corruptas.
No ano passado, o PIB brasileiro chegou a R$ 6 trilhões. Uma ideia do custo da corrupção foi apresentada na semana passada pela força-tarefa da Operação Lava Jato, ao descobrir que um contrato da Petrobras com a Odebrecht praticamente triplicou de valor.
O aumento significativo no preço da obra veio por meio de aditivos firmados por ex-gerentes de áreas estratégicas da estatal com a empreiteira. E esse é apenas um de quatro contratos que são alvos de investigação recente sobre pagamento de vantagens indevidas a quatro executivos da Petrobras pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht (departamento de propina da empresa).
A força-tarefa acredita que o montante do valor desviado nesses acordos chega a R$ 95 milhões. O detalhe é que além de custarem mais, as obras ainda tiveram atrasos consideráveis na entrega.
É consenso que a corrupção atrapalha o crescimento de um país e o bem-estar da população. Se não existisse o custo da corrupção, é fácil imaginar quanto o governo poderia aplicar mais em escolas, casas e hospitais.
Seria ingenuidade pensar que o dinheiro desviado na Operação Lava Jato, por exemplo, será devolvido aos cofres públicos. Mas é importante que a quantia recuperada volte para o seu verdadeiro dono, o povo.