A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, de 7,5% para 7% ao ano, mostra um retorno do Brasil à normalidade. É o décimo corte da Selic, que atinge assim o seu menor nível desde que o Copom foi criado, em 1996. Ou seja, o país tem hoje os juros básicos mais baixos da história. Antes, o menor índice foi registrado em outubro de 2012 e abril de 2013 (7,25%). A decisão do corte foi unânime e já era aguardada, principalmente por conta da inflação ligeiramente abaixo do piso da meta. Importante lembrar, no entanto, que a Selic serve de referência para outras taxas de juros, como financiamentos e para remunerar investimentos. É claro que a Selic vai influenciar nas taxas que impactam o consumidor, como o cheque especial, os cartões de crédito, a poupança. Mas essa queda não será sentida de imediato pela população e os juros cobrados aos consumidores são mais altos. A decisão do Copom interfere de várias maneiras na vida da população, principalmente porque os juros altos diminuem o consumo, derrubando as vendas e o desenvolvimento das empresas. A consequência desse processo, todos sabem: o desemprego aumenta e a economia encolhe. Especialistas têm esperança que a combinação de juros e inflação em queda ajude a economia brasileira, que vem saindo de uma crise bastante cruel. É um ponto muito positivo diante das incertezas quanto à corrida presidencial do ano que vem e a dificuldade do presidente Michel Temer em emplacar as reformas no Congresso. Tanto que o Banco Central já sinalizou que, sem a reforma da Previdência o processo de queda pode até continuar, mas em um ritmo menor.