Condenação de Abi na AL
Deputados presentes à sessão plenária na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná comentaram ontem a condenação do empresário Luiz Abi Antoun, "primo distante" do governador Beto Richa (PSDB), a 13 anos de prisão e ao pagamento de R$ 193.680 de multa. Para o líder da oposição, Requião Filho (PMDB), a decisão mostra o que a bancada denuncia desde o início do ano passado: "A existência de esquemas de corrupção ligados a parentes e a amigos do governador". "Acho que é apenas a primeira condenação dessa turma. Tem varias outras vindo por aí", opinou.

‘Juízo de valor’
Tercílio Turini (PPS), que se coloca como independente, disse que está havendo justiça. "Por tudo aquilo que acompanhamos pela imprensa e que temos visto, ele (Abi) realmente tinha uma influência muito grande no governo, mesmo não sendo funcionário nem tendo cargo comissionado". Segundo o parlamentar, a existência de esquemas como o investigado no âmbito da Operação Voldemort "pega muito mal" para o Estado. Já o líder da situação, Luiz Cláudio Romanelli (PSDB), falou que não poderia se manifestar sobre o caso, por não ter tido acesso ainda à sentença. "Não li a decisão judicial e não tenho nada a acrescentar. Quando eu ler, posso formar um juízo de valor", afirmou.

Pacotaço: nova audiência
A Assembleia Legislativa (AL) do Paraná realiza hoje, a partir das 9 horas, no Plenarinho, nova audiência pública para discutir o chamado "pacotaço anticrise" do governador Beto Richa (PSDB), que foi desmembrado em seis propostas. O encontro foi proposto por parlamentares das bancadas independente e de oposição na Casa. Na semana passada, mais de 200 representantes do setor produtivo compareceram à AL para debater do assunto, no entanto, o chefe do Parlamento, Ademar Traiano (PSDB), disse que não autorizou a realização da reunião.

Análise na CCJ
Também hoje, às 13h30, os deputados estaduais começam a analisar os seis textos no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A princípio, a CCJ se reuniria de forma extraordinária ontem, entretanto, o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), optou por manter o dia e o horário previstos no regimento interno. As medidas que serão votadas incluem criação de taxas, como a da água, e autorização para estatais ou empresas de economia mista venderem ações sem passar pelo crivo da AL.

Solidariedade a Dilma
Convidado para assistir ontem ao discurso de defesa presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, o cantor e compositor Chico Buarque disse que estava gostando do desempenho da petista e que estava impressionado com a serenidade dela. "É difícil responder a mesma coisa mil vezes", afirmou enquanto saía da sessão no Senado para o almoço, acompanhado do ex-ministro Jaques Wagner (Casa Civil). Chico disse que foi até o plenário por "solidariedade" a Dilma e que aproveitou para conhecer o Palácio da Alvorada, "que nunca mais vou conhecer". O cantor e compositor é admirador de Oscar Niemeyer, idealizador do palácio, e diz ter entrado na faculdade de arquitetura por causa dele.

Pressão por delação
A força-tarefa de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que atua na Operação Lava Jato disse ontem que existe "pressão externa" para forçar a aceitação do acordo de delação do ex-presidente da empreiteira OAS Léo Pinheiro. Em nota, os procuradores disseram que a divulgação de supostos anexos da proposta de colaboração "aponta para a possibilidade de ter ocorrido má-fé na negociação". A manifestação foi motivada por reportagem da revista Veja, publicada no dia 20 de agosto. Para os procuradores, a "falta de credibilidade dessas posturas" confirma a decisão tomada na semana passada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de encerrar as negociações com a empreiteira.

Janot x Mendes
"Em um contexto em que a pretensa colaboração não é convincente o bastante, a criação do relato fora do contexto das negociações revela uma tentativa de forçar os investigadores a aceitar a colaboração mediante pressão externa, a despeito de uma análise apropriada do interesse público envolvido", diz a nota. Os investigadores também reafirmaram compromisso de celebrar somente os acordos de delação que "contribuam efetivamente" para as investigações. Na semana passada, a divulgação da reportagem provocou polêmica entre Rodrigo Janot e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

MP denuncia 23 por fraude
O Ministério Público Federal em São Paulo denunciou 23 investigados da Operação Protocolo Fantasma por fraudes de R$ 100 milhões na Fazenda. Os acusados integravam organização criminosa especializada em fraudar o sistema de registro, tramitação e consulta de processos administrativos da Fazenda Nacional, o Comprot. A Protocolo Fantasma foi deflagrada no final de 2013. O grupo, segundo a Procuradoria, inseria dados falsos em sistemas e diminuía valores de dívidas de empresas, parcelava impostos ilegalmente e facilitava certidões negativas de débito.