A crise econômica não está impedindo o brasileiro de ser generoso. O País subiu 37 posições no ranking mundial de solidariedade, alcançando seu melhor resultado desde 2009. A generosidade do brasileiro foi medida pelo World Giving Index (WGI) da Charities Aid Foundation (CAF). No levantamento, a parcela de pessoas que doaram dinheiro aumentou de 20% para 30% em relação a 2015, enquanto a proporção dos que fizeram trabalho voluntário aumentou de 13% para 18% na mesma comparação. Mais da metade dos brasileiros entrevistados (54%) disseram que ajudaram um estranho no mês anterior à pesquisa, um aumento em relação aos 41% do levantamento passado. O WGI analisa o número de pessoas que ajudaram um estranho no mês anterior ao levantamento, fizeram trabalho voluntário ou doaram dinheiro para uma organização da sociedade civil. Foram entrevistadas 148 mil pessoas que vivem em 140 países. Segundo o estudo, o Brasil cresceu nos três aspectos. Foram entrevistados 1.004 brasileiros, entre 20 de outubro e 16 de novembro de 2015. Os organizadores acreditam que no próximo levantamento, os índices devem melhorar, pois os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio incentivaram o voluntariado. De uma maneira geral, o Brasil é o 68º no WGI. Entre os vizinhos da América do Sul, Chile, Uruguai e Peru estão na frente. Pela terceiro ano consecutivo, o povo de Mianmar foi o mais generoso do mundo. Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos e em terceiro, Austrália. Nem todos os ricos são solidários. Dos integrantes do G7, os países mais industrializados e ricos do mundo, somente três nações aparecem entre os 10: Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. O povo brasileiro tem fama de simpático e solidário, mas o voluntariado e as doações de forma sistemática não fazem parte da nossa cultura. Doar faz bem para quem ajuda e para quem recebe. Muitas vezes, diante de tantas denúncias de corrupção e irregularidades, há quem desconfie das instituições e deixe de contribuir para ajudar a melhorar a vida dos mais pobres. Mas há organizações sérias que precisam de colaboração, seja através de dinheiro ou de trabalho. Assim como acontece em outros países, o voluntariado, no Brasil, precisa ser incentivado. Escolas e empresas são bons locais para semear essa ideia.