A recessão da economia no Brasil vem obrigando muitas famílias a enxugar o orçamento. Além de priorizar as necessidades básicas, como alimentação e saúde, os brasileiros cortam, principalmente, despesas com lazer. Quem tem filhos na escola particular outra preocupação é com o custo da mensalidade. A situação se complica quando um dos pais perde o emprego e a solução acada sendo transferir os filhos para a escola pública. A rede privada de ensino estima que viu o número de alunos matriculados encolher 20% em todo o País em 2016. A migração este ano deve continuar em alta, já que o recuo da inflação ainda é tímido e a atividade econômica segue em ritmo lento. O Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR) aponta que a projeção é de que o setor continue sofrendo com a retração econômica e a perda de alunos para a rede pública, conforme mostra reportagem na edição de hoje da FOLHA. O Sinepe informa que há ainda migração entre a própria rede privada quando os pais optam por transferir os filhos para estabelecimentos mais próximos de casa, o que possibilita economia com o corte do transporte escolar. Os gestores dos municípios devem ficar em alerta com o inchaço da rede pública. A Secretaria Municipal de Educação de Londrina já se organiza para o aumento de 5% a 10% no volume de matrículas na educação infantil e ensino fundamental. O mesmo ocorre com a Secretaria Estadual de Educação que verifica uma procura significativa de vagas nos colégios públicos do Paraná. O sucateamento das escolas públicas e a qualidade do ensino oferecido devem ser avaliados pelos pais na hora de escolher onde matricular os filhos. Uma mudança radical pode afetar o aprendizado do aluno e prejudicar o ingresso nas universidades mais concorridas, comprometendo também o futuro profissional. E apesar de o governo federal ter anunciado na última semana aumento do salário-base para os professores da rede pública - passou de R$ 2.135,64 para R$ 2.298,80 -, verificou-se que menos da metade dos mais de 5 mil municípios do País e somente 17 estados conseguiram pagar o mínimo estabelecido pela lei em 2016. Num país onde a educação continua sendo apenas um bonito slogan de marketing – pátria educadora -, muito ainda precisa ser feito para qualificar a escola pública e deixá-la como opção para qualquer família.