Quase 200 países se comprometeram com a ONU (Organização das Nações Unidas) para cumprir, até 2030, 169 metas que visam o desenvolvimento e a erradicação da pobreza no mundo. São as chamadas "metas do milênio" ou ODMs (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio). O Brasil é um desses países e o prazo para cumprir os compromissos termina em 2030. É possível acompanhar as ações que o país está desenvolvendo no sentido de alcançar os objetivos nos próximos 13 anos. A Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente faz esse acompanhamento e lança nesta terça-feira (25) um estudo que mostra se está havendo progressos importantes. A Folha de Londrina teve acesso à pesquisa "A Criança e o Adolescente nos ODS: Marco zero dos principais indicadores brasileiros" e antecipa o que pode ser considerado como o retrato atual da população de 0 a 18 anos. Entre os 17 objetivos de melhorias de índices sociais, a Fundação Abrinq selecionou dez para acompanhar de perto, sendo que todos, de alguma forma, estão relacionados com a infância. O foco da entidade é na erradicação da pobreza, fome zero, boa saúde e bem-estar e igualdade de gênero. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-2015), que aponta que 27% dos brasileiros vivem com até meio salário mínimo por mês. Esse percentual sobe para 40,2% em um recorte da população de 0 a 14 anos, ultrapassando a casa dos 60% de crianças e adolescentes em situação de pobreza em Estados como Alagoas, Maranhão, Ceará, Bahia e Pernambuco. O Paraná, assim como os outros Estados da Região Sul, aparece entre os Estados com as melhores situações no país. Por aqui, 15% da população vive com renda de até meio salário mínimo. Vencer a miséria é um desafio difícil. A crise econômica brasileira dos últimos anos dificulta ainda mais porque devolveu à classe C muitas famílias que tinham melhorado de vida. É uma realidade crítica. Por isso, o Brasil precisa se preocupar mais com a garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes. Países como Japão, Canadá e Finlândia mostram que investir em educação é um bom negócio.