Em tempos de "vacas magras" nos cofres públicos, as áreas da cultura e do esporte são as primeiras vítimas dos cortes nos orçamentos. Do governo municipal ao federal, os investimentos nestes importantes setores são cada vez mais escassos.

No início de 2012, Londrina lamentou o incêndio que destruiu o Cine Teatro Ouro Verde, que começou a ser restaurado dois anos após a tragédia. No final do último mês de junho, os londrinenses mataram a saudade do Ouro Verde depois do hiato de mais de cinco anos. Uma grande festa marcou a reinauguração do local, renascido das cinzas. Mas a realidade não é tão colorida quanto a sonhada durante as apresentações no palco do teatro, que recebeu o FIML (Festival Internacional de Música de Londrina) no mês de julho. Depois de 25 dias de movimentos, sons, ritmos e vida, o Ouro Verde voltou a fechar as portas sem funcionários para garantir a segurança do local e o atendimento ao público.

Em entrevista à FOLHA, a diretora da Casa de Cultura da UEL, Cleusa Cacione, confirmou que o funcionamento do teatro é inviável enquanto a equipe não é reposta. O Ouro Verde conta com apenas três funcionários, mas 18 seriam necessários. Na memorável noite de reinauguração, no dia 30 de junho, o governo do Estado anunciou a nomeação de 15 funcionários para o local, mas os servidores ainda aguardam o decreto e publicação em Diário Oficial. Enquanto isso, quem passar pelo Calçadão voltará a encontrar o Ouro Verde, em silêncio, de portas fechadas. O Museu Histórico vive situação semelhante com funcionamento ameaçado sem a reposição de servidores, aposentados nos últimos anos.

Ontem, a FOLHA mostrou outro espaço público que depende dos recursos financeiros para voltar a cumprir a sua função social. O ginásio Alceu Malucelli, antiga sede da Alga (Associação Londrinense de Ginástica Artística), foi destruído por um incêndio no mês passado. Sem recursos municipais, a FEL (Fundação de Esportes de Londrina) protocolou um projeto no Ministério do Esporte para revitalizar a praça esportiva e transformar o local com a instalação de centros de lutas, de futsal e de futebol para atender os praticantes das modalidades. A reforma do espaço para ativação dos projetos custará cerca de R$ 5 milhões.