Uma criança desaparece todos os dias no Paraná. A constatação preocupa e o alerta foi feito esta semana pela delegada-chefe do Sicride (Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas), Iara Laurek Dechiche, em visita a Londrina para participar de uma reunião pública convocada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Câmara de Vereadores. O Sicride é a única delegacia do Brasil criada para apurar o desaparecimento de crianças de zero a 12 anos incompletos. A unidade é uma mostra de que a investigação especializada e ações integradas podem resultar positivamente. A delegacia já solucionou os 37 casos oficializados neste ano. Atualmente, há 26 casos em investigação. Além da delegada, a equipe é composta por uma escrivã, 12 investigadores, duas psicólogas, um artista forense e dois estagiários. A delegada lembra que muitas ocorrências são solucionadas rapidamente e explica que é grande o número de situações motivadas por desentendimentos familiares, agressão e abuso sexual. O Sicride foi implantado em 1995 para centralizar as investigações após uma série de desaparecimento de crianças registrados no Sul do País. A equipe reuniu dados e identificou que uma quadrilha ligada ao tráfico de pessoas atuava na região. A investigação de crianças desaparecidas é tratada com urgência. Tanto que os pais ou responsáveis não precisam aguardar para registrar Boletim de Ocorrência. É necessário procurar a Guarda Municipal, a Polícia Militar ou a Polícia Civil. Mas nada funciona mais que os cuidados dos pais ou responsáveis. A prevenção é o ponto principal e é importante que os municípios e Estados mantenham permanentemente um trabalho de conscientização em escolas e outras entidades sobre como as crianças e adolescentes devem evitar situações de risco.