Ao tentar conquistar aliados na Câmara Federal, o presidente Michel Temer acabou arrumando confusão, nessa terça-feira (18), com dois partidos, o DEM e o PSB. Quando visitou a líder do PSB, Tereza Cristina (MS), com o objetivo de convidar a ala rebelde do partido a ingressar no PMDB, Temer irritou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. A intenção do chefe da nação era justamente evitar que os dissidentes migrassem para o DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia - o primeiro na hierarquia da Presidência. O encontro com Tereza Cristina só foi colocado na agenda oficial do peemedebista após a imprensa descobrir a reunião. O episódio causou grande mal-estar em Brasília. Siqueira reagiu dizendo que o presidente está mais preocupado em salvar a própria pele do que resolver os problemas do país. Para o líder do PSB, ao fazer articulação política, Temer não teria agido como presidente. O resultado foi o adiamento de uma viagem que ele faria neste início da semana a Pernambuco, reduto do PSB, onde iria lançar o programa Cartão Reforma em Caruaru. E marcou um jantar de emergência com Maia. Não é segredo que a maior preocupação de Temer, hoje, é salvar o mandato. O chamado "Centrão" conseguiu garantir os votos necessários, na semana passada, para barrar na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara a admissibilidade da denúncia da Procuradoria Geral da República que acusa Temer de corrupção passiva. Mas, no plenário, o governo prevê mais dificuldades e por isso faz costuras para levar o maior número de aliados a votarem em favor do presidente. Corre-se o risco desse período de articulação política demorar mais do que o necessário e demandar tempo e energia que poderiam levar o Congresso a discutir a pauta que realmente importa para o Brasil. A reforma tributária, por exemplo, que seria a próxima da fila a entrar em pauta.