O protesto organizado por centrais sindicais em Brasília, nesta quarta-feira (24), fechou com violência mais um capítulo da crise que atinge o governo do presidente Michel Temer, desde o vazamento do conteúdo da delação premiada do empresário Joesley Batista, na semana passada. Manifestantes depredaram ministérios e puseram fogo nas áreas em frente aos prédios públicos. Todos os prédios da Esplanada dos Ministérios foram evacuados e os funcionários retirados pelas saídas dos fundos. A capital do País parou. Houve confronto entre policiais e manifestantes e a tarde terminou com uma medida polêmica, o presidente convocando as Forças Armadas para Brasília. Foram mobilizados 1.500 homens, sendo 1.300 militares do Exército e 200 fuzileiros navais. A medida vai valer até 31 de maio para o Distrito Federal, mas o prazo pode ser prorrogado. O clima é tenso em Brasília desde a semana passada. A delação bombástica dos executivos da JBS envolvem políticos e o nome do presidente Temer também aparece. Protestos já aconteceram em várias cidades, mas as ações de ontem preocupam pelas demonstrações de vandalismo. A vida de manifestantes, servidores e policiais foram colocadas em risco. Sem falar nos danos causados ao patrimônio público, que representam alto custo para a sociedade – é o imposto pago pelo cidadão que cobre esses estragos. Queimar pneus em frente aos ministérios e impedir que servidores trabalhem não vai tirar do poder os políticos corruptos. As cenas de fumaça preta encobrindo Brasília também não ajudarão o País a encontrar o caminho da retomada do crescimento.