Se as atrocidades cometidas por Saddam Hussein não são aprovadas pela humanidade, opiniões têm se manifestado contrárias ao fato de sua condenação à morte haver ocorrido às vésperas da eleição nos Estados Unidos, suspeitando-se que isto aconteceu por influência do presidente George Bush. Que visaria com isto angariar a simpatia do eleitorado, não só os de tendência republicana (a do partido do Presidente) mas também os democratas. Porque Bush pai presidente, como Bush filho hoje comandando a grande nação do Norte, têm declarado o ditador iraquiano ''o inimigo nº 1 dos Estados Unidos'', e afinal seus exércitos resolveram bombardear o Iraque. E grande parcela da população tem sido favorável a essa atitude. Bush desejou com toda a certeza demonstrar que a sentença extrema de agora, contra Saddam, é uma vitória americana. Se isto conquistou eleitores, só o resultado da eleição dirá. (Até as primeiras horas da madrugada de hoje não se tinha informações conclusivas das apurações, porque tanto os eleitores quanto os funcionários da Justiça Eleitoral tiveram dificuldades em lidar com as urnas eletrônicas, o que já havia acontecido em eleições anteriores). E exatamente neste momento em que ocorre a decisão da Justiça iraquiana de mandar Saddam à forca, a Grã-Bretanha faz uma pesquisa junto aos cidadãos ingleses e estes consideram George Bush uma ameaça para o mundo. A posição geral é que desde que ele assumiu o poder a humanidade se tornou mais insegura. Surpreende que essa posição seja dos britânicos, velhos aliados dos EUA e de língua idêntica, e que têm no primeiro-ministro Tony Blair um fiel devoto de George Bush. Eles consideram o mandatário americano mais perigoso para a humunidade do que o líder da Coréia do Norte, Kim Hong-Li, e do presidente do Irã, Mahamud Ahmadinejad, ambos articulando a produção de suas bombas atômicas. Na pesquisa inglesa Bush só perde para Osama Bin Laden, líder da rede terrorista Al-Qaeda e a quem se atribui a estratégia da derrubada das torres gêmeas de Nova York. Entre os perigosos do mundo os britânicos também citam Hassan Nasrallah, líder do grupo xiita libanês Hezbollah. Foi em 2002 que o presidente Bush qualificou o Irã e a Coréia do Norte como o ''eixo do mal'', e agora, pelo veredicto dos ingleses, também os Estados Unidos ingressam nesse círculo. A humanidade não aprovou a invasão dos Estados Unidos ao Iraque, que resultou na deposição de Saddam, que era em última instância o objetivo do ataque. Os interesses econômicos e estratégicos que movem o mundo submetem-se às políticas externas norte-americanas, mas esta é no mais das vezes a postura dos governantes e não propriamente do povo. A Grã-Bretanha dá agora um exemplo disso, e não é o primeiro caso.