Não parecia domingo de sol, ontem (17), no Parque das Indústrias e no Ouro Branco, bairros da zona sul de Londrina, silenciados por um crime brutal. Na tarde quente de sábado (16), três pessoas foram assassinadas a tiros, sem qualquer chance de defesa, em lugares públicos. As crianças não procuraram neste domingo a pracinha da Rua Crisântemo, no Parque das Indústrias, para brincar.
O local do primeiro disparo, feito por dois homens em motocicletas, ficou vazio.
Três pessoas foram alvos dos tiros e uma delas foi atingida, chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. No momento do crime, crianças brincavam na praça e fugiram assustadas, abandonando bolas e bicicletas.
Após esse primeiro ataque, os bandidos seguiram para a rua dos Gerânios, no Parque Ouro Branco, bairro vizinho, e efetuaram novos disparos que atingiram três pessoas. Duas morreram no local. Uma delas era uma mulher, moradora do bairro, que saia de casa para trabalhar. Ela vendia pães. A terceira vítima foi levada ferida para o Hospital da Zona Sul, onde permanecia internada até o fechamento desta edição.
A polícia apura ligação com o tráfico de drogas, mas considera que o crime foi motivado por vingança. Entre as vítimas, somente a mulher não teria passagem pela polícia. A reportagem da FOLHA esteve no local na tarde de sábado (16) e também no domingo (17). Mas como era de se esperar, poucos quiseram falar.
Crimes como esses vêm acontecendo com frequência em Londrina e na zona sul é preocupante. Até o dia 10 de agosto deste ano foram registrados em Londrina 98 casos de homicídios dolosos, latrocínios (roubo seguido de morte) e óbitos em unidades de saúde (após lesão corporal), segundo levantamento realizado pela FOLHA. O número é 40% superior ao mesmo período do ano passado, quando a cidade registrou 70 casos.
Ainda não está confirmado se as mortes estão relacionadas com o tráfico de drogas. Mas é certo que a violência que explode nas cidades brasileiras tem muita relação com o comércio de drogas. Assim como a desigualdade, a falta de perspectiva dos jovens no futuro e até mesmo a crise econômica ajudam a elevar os números da violência, hoje, tão evidente no Ouro Branco e no Parque das Indústrias.