O mundo avançou no tratamento da Aids e desde 2005 houve uma queda de 50% no número de mortes da doença. Naquele ano, 1,9 milhão de pessoas perderam a vida por conta da epidemia em todo o mundo. No ano passado, segundo relatório divulgado nessa quinta-feira (20) pela ONU (Organização das Nações Unidas), a Aids matou 1 milhão de pessoas. O estudo foi realizado pelo Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) e avaliou também o progresso no tratamento. Segundo a ONU, mais da metade dos 36,7 milhões de soropositivos estavam recebendo medicamentos contra o vírus em 2016. Os antirretrovirais elevam a expectativa de vida dos pacientes, muito diferente de décadas atrás, quando o diagnóstico da Aids era visto como uma sentença de morte. Felizmente, hoje a realidade é outra. A ONU estimou uma meta possível de ser atingida se os países continuarem enfrentando seriamente a epidemia. A meta das Nações Unidas é ter 30 milhões de pessoas em tratamento em 2020, chegando a 2030 com a epidemia sob controle. A África está liderando o caminho na redução de novas infecções causadas pelo vírus HIV. Mas o Brasil, que já foi referência e pioneiro em implantar uma estratégia de tratamento, apresentando importante sucesso no combate à epidemia, assistiu a um aumento no número de novos casos. É o caminho inverso do que acontece na média mundial: no Brasil o aumento foi de 3% entre 2010 e 2016 e no mundo essa taxa sofreu contração de 11%. Não é um grande aumento, mas acendeu o sinal de alerta. Não se pode baixar a guarda quando o assunto é HIV e preocupa os pesquisadores o aumento de casos entre os jovens. A sociedade precisa fazer a parte dela, mas as autoridades brasileiras em saúde têm que encontrar o ponto fraco no programa e voltar a repetir os bons resultados na guerra contra a Aids.