Árvores icônicas de Londrina estão morrendo, vítimas do descaso do poder público e reflexo da pouca importância que muita gente dá ao meio ambiente. A FOLHA levou o biólogo, doutor em botânica e professor aposentado da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Moacyr Medri para diagnosticar a (falta de) saúde de árvores que são referências para o londrinense. Estão muito doentes a figueira no canteiro central da Avenida Robert Koch, próximo ao Hospital Universitário (HU), e o flamboyant localizado na confluência da Avenida Souza Naves com a Rua Clóvis Beviláqua, próximo ao Monumento à Bíblia. A primeira, plantada em 1952, não lembra em nada os tempos em que era símbolo da zona leste. Há relatos de que, no ano passado, foi vítima de uma poda radical. E a segunda, apesar de belíssima, tem o tronco bastante comprometido. O biólogo acena com um último tratamento para o flamboyant, que tem uma copa vigorosa. Mas a Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) não concorda e anunciou o corte nos próximos dias. Um pouco melhor está um exemplar de pau-brasil plantado na Praça da Bandeira, no centro da cidade. Mas se o poder público não fizer algo com urgência, a árvore terá o mesmo fim da figueira e do flamboyant. Ela tem vários ferimentos no tronco e um desses buracos virou até toca de gambá. Quem pensa que Londrina é bem servida de árvores está enganado. A Sema aponta que a área urbana tem entre 180 mil e 200 mil árvores. O deficit é de pelo menos 36 mil. É triste constatar que essa situação poderia ter sido evitada, caso as árvores das praças e calçadas recebessem do poder público a manutenção preventiva necessária. Outros países cuidam bem melhor de suas árvores. Em Lincolshire, na Inglaterra, uma macieira do século 18 está preservada. No México, o governo mudou a direção de uma rodovia para preservar um cipreste que é simbólico para a população local. Onde há conscientização ambiental, elas são vistas pela população como patrimônio. Muito diferente do que acontece por aqui.