Ao contrário do que naturalmente acontece em todo o mundo, o Brasil estagnou na pesquisa que mede o desempenho do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O natural é justamente que os países avancem de um ano para o outro na melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. A queda acontece, geralmente, em países que enfrentam condições muito adversas, como a Síria, onde ocorre uma guerra civil há seis anos. A estagnação brasileira foi apontada em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado esta semana. Isso significa que a situação não melhorou nada, principalmente para a população mais pobre. E, considerando que as notas que compõem o índice são dadas a partir da avaliação dos quesitos saúde, educação e rendimento, entende-se que o IDH é mais uma consequência desastrosa da crise financeira que atingiu o País. Um reflexo da desigualdade social. O Brasil alcançou o indicador 0,754, de uma escala de 0 a 1, o mesmo obtido no ano anterior, mantendo-se na 79ª posição no ranking, empatado com a Ilha de Granada. Dos 188 países e territórios analisados, a Noruega aparece no topo da lista, com IDH de 0,949. Quanto mais próxima da nota 1, melhor a situação do país. A pior colocação foi da República Centro-Africana, com 0,352. O mais preocupante é que as próximas pesquisas podem trazer resultados negativos. O cenário de recessão de 2016, com taxas crescentes de desemprego e um quadro explícito de desigualdade social, pode influenciar de maneira importante nos índices daquele ano, que ainda não foram divulgados. Mesmo com as melhoras na economia em 2017, há pouca possibilidade desses pequenos avanços provocarem mudanças importantes no próximo IDH. A única saída é superar a crise o mais rápido possível. Não basta criar empregos, é necessário dinheiro para investir na área social e principalmente em saúde e educação.