Ibovespa registra segundo dia seguido de queda
A bolsa brasileira teve nesta quinta-feira (14) seu segundo dia seguido de queda, apoiada no ceticismo do mercado em relação à reforma da Previdência. Pesaram no humor dos investidores o receio de incapacidade do governo de aprovar a reforma em um ano eleitoral e o risco de que o País sofra um downgrade nos próximos meses. O Índice Bovespa chegou a cair 1,30% pela manhã, enfrentou instabilidade à tarde e terminou o pregão em baixa de 0,67%, aos 72.428,93 pontos. Os negócios com ações na B3 totalizaram R$ 12,7 bilhões, volume superior à média dos últimos dias. Na análise por ações, foram destaque as do setor bancário, com Itaú Unibanco PN (-1,58%) e Bradesco ON (-0,98%) à frente.

Dólar fecha em alta de 0,40%
O adiamento da votação da reforma da Previdência não trouxe alívio para os investidores, que veem com certa incredulidade a aprovação da PEC no ano que vem. O dólar à vista fechou em alta de 0,40%, a R$ 3,3362. Na máxima, atingiu R$ 3,3471 (+0,73%) e, na mínima, R$ 3,3109 (-0,36%). O giro foi de US$ 1,483 bilhão. Por trás da corrida por ativos de proteção - leia-se dólares - está o medo de que a reforma não seja aprovada e que a Previdência acabe deteriorando ainda mais as contas públicas. "A consequência imediata seria o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, o que levaria a uma fuga de capitais", afirma Ricardo Gomes, diretor da Correparti.

Dia de alta nos contratos de médio e longo prazos
Os juros futuros fecharam a sessão regular em alta nos contratos de médio e longo prazo, enquanto os vencimentos curtos encerraram perto dos ajustes de quarta-feira. A frustração com o andamento da reforma da Previdência continuou respondendo, ao longo de todo o dia, pela pressão de alta na maioria dos contratos, assim como a postura das agências de classificação de risco. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou estável em 6,94% (mínima) e a do DI para janeiro de 2020 passou de 8,28% para 8,34%. A taxa do DI para janeiro de 2021 subiu de 9,26% para 9,34% e a do DI para janeiro de 2023, de 10,19% para 10,25%.

Ministro tenta minimizar impacto
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tentou minimizar o impacto negativo da decisão. "O custo do adiamento da votação existe, mas ainda há expectativa de aprovação", disse. "Entrando em votação, a reforma tem de ser aprovada", complementou. Segundo ele, o governo fará conferência com as agências de rating na próxima semana. Antes do dia 19 de fevereiro, data prevista para a votação da reforma, outra data deve chamar atenção dos investidores: 24 de janeiro. É quando o recurso do ex-presidente Lula vai ser julgado pelo Tribunal Regional Federal, na Operação Lava Jato. Caso a sentença do juiz Sérgio Moro seja confirmada, Lula se tornará inelegível.