Lucros
Depois de acumular alta de quase 4% nas duas primeiras sessões do ano, a Bovespa realizou lucros e fechou em queda ontem. O desempenho negativo foi influenciado principalmente pelos papéis da Vale, que registraram fortes perdas.
Em baixa
O Ibovespa fechou em baixa de 1,25%, aos 62.523,06 pontos, com mínima de 62.415 pontos (-1,42%). O volume financeiro ficou acima da média, em R$ 9,76 bilhões. Na semana, no mês e no ano, o Ibovespa acumula alta de 2,58%.
Análise
De acordo com um analista, a Bolsa vinha subindo com muita rapidez e aproveitou para realizar lucros. Álvaro Bandeira, sócio e economista-chefe da Órama, lembrou que o índice já vinha num movimento de alta desde o final do ano passado.
Fed
Na quinta-feira, perto do fechamento da Bolsa brasileira, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) divulgou a ata de sua reunião de 11 e 12 de dezembro, e isso diminuiu um pouco o apetite por risco, fazendo com que o Ibovespa reduzisse ganhos e as bolsas norte-americanas fechassem em queda. O documento mostrou que as autoridades estão divididas sobre quando interromper o programa de compra de ativos, que adiciona US$ 85 bilhões por mês em bônus e garantias hipotecárias no portfólio do BC dos EUA.
EUA
Já os dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos em dezembro, divulgados ontem de manhã, vieram um pouco piores do que o esperado, mas foram considerados relativamente positivos, uma vez que podem inviabilizar a ideia de alguns diretores do Fed, ajudando os mercados europeus a fecharem em alta. "O mercado lá fora realizou lucros ontem, enquanto aqui a Bovespa subiu", disse Bandeira, da Órama.
Ganhos
Pedro Galdi, analista de investimentos da SLW Corretora, lembrou que como a ata do Fed saiu perto do fechamento da Bovespa, o mercado brasileiro acabou subindo com mais força que os demais e ontem devolveu esses ganhos.
Vale
Ontem, Vale PNA caiu 2,19%, enquanto a ON fechou com desvalorização de 1,89%. Bandeira observou que a forte queda das ações da Vale foi decisiva para o Ibovespa encerrar em terreno negativo, dado o peso desses papéis no índice. Já as ações da Petrobras fecharam em alta pela quarta sessão consecutiva, depois de registrarem perdas no período da manhã. Petrobras ON avançou 0,97% e a PN, 0,39%. Nas últimas quatro sessões, os papéis acumulam respectivos ganhos de 6,5% e 5,5%.
Combustíveis
Para analistas, o desempenho se justifica principalmente pela questão do possível aumento de combustíveis. "O mercado continua esperando um aumento dos combustíveis, e acho que isso é inevitável. A questão é quando isso vai acontecer, já que a inflação continua alta", disse Bandeira.
Câmbio
O dólar permaneceu entre leves altas e baixas em grande parte desta sexta-feira. A moeda encerrou o pregão cotada a R$ 2,0380, com alta de 0,10%, no mercado à vista de balcão. Em um dia de um volume fraco no ambiente interno em grande parte da sessão, a divisa fica mais sensível a pequenas oscilações no fluxo de recursos. Na semana, o dólar acumulou queda de 0,34%.
Pregão
Apesar de abrir e fechar o dia em alta, no meio do pregão o dólar tornou a renovar mínimas. Naquele momento, um fluxo positivo com algumas entradas de exportadores era preponderante para colocar a moeda em trajetória de declínio que não iria perdurar até o fim da sessão. No período da manhã, em reação ao relatório de emprego nos EUA, o dólar, que estava em alta, perdeu parte do fôlego.
Giro
Em torno das 14 horas, o giro financeiro à vista era inferior a US$ 1 bilhão na clearing da BM&F. Por volta das 16h30, o giro estava em US$ 1,644 bilhão (US$ 1,376 bilhão).
Dólar
Na máxima do dia, o dólar tocou R$ 2,0500 e chegou a R$ 2,0330 na mínima desta sexta-feira, com uma oscilação entre estes dois pontos de 0,84%. Na sequência da declaração de Mantega, o dólar à vista no balcão retomou apenas por alguns minutos a mínima do dia até aquele momento e que já havia sido tocada mais cedo.
BM&F
Na BM&F, o dólar pronto fechou cotado a R$ 2,0340, com queda de 0,15%, na mínima do dia com cinco negócios. O dólar para fevereiro recuava 0,49%, a R$ 2,0450, perto das 17 horas.
Juros
Ainda diante de um movimento relativamente pequeno de negócios, as taxas de juros, sobretudo as de longo prazo, reagiram em alta à queda menor do que o esperado da produção industrial de novembro e ao IPC-Fipe acima da mediana das projeções.

(Agência Estado)