Descolada
Depois de três recuos seguidos, ontem a Bovespa se descolou de Nova York e conseguiu encerrar no azul, mas ainda acumulando perdas na semana. A alta desta sexta-feira foi comandada por setores que tiveram fortes quedas recentemente, como bancos e construção. Os carros-chefes - Vale e Petrobras - registraram mais um dia de queda e impediram uma valorização maior da Bolsa. Os dados positivos nos EUA e Europa também ajudaram no movimento, embora o mercado acionário em Nova York tenha fechado em queda.
Valorização

O Ibovespa encerrou com valorização de 0,74%, aos 54.463,16 pontos. Em termos semanais, a Bolsa registrou a quinta queda seguida, de 0,09%. No mês, as perdas são de 11,90% e, no ano, cai 4,04%. O giro financeiro ficou em R$ 5,584 bilhões - o pior volume do mês.
Ajustes

Segundo o economista da Legan Asset, Fausto Gouveia, o ganho de ontem não passou de um ajuste técnico e não deve ter força para se perpetuar enquanto o imbróglio com a Grécia persistir. ''A Bolsa foi puxada por alguns setores que ficaram bem defasados durante a semana e hoje (ontem) estão corrigindo. É um ajuste técnico, por isso descolou-se do mercado americano'', disse.
Ganhos

O índice financeiro (IFNC) e o índice imobiliário registraram ganhos superiores ao do Ibovespa, de 1,16% e 3,55%, respectivamente. Entre os bancos, o Bradesco subiu 1,06%, o Itaú Unibanco +1,21% e o Banco do Brasil +0,87%. Já as construtoras figuraram entre os destaques de alta do índice paulista, liderado por Brookfield (+9,46%). PDG ganhou 5,57% e Cyrela 4,95%.
Perdas

Já a Petrobras ON perdeu 0,87% e a PN caiu 0,32%. No mercado internacional, o contrato de petróleo com vencimento em julho encerrou com alta de 0,22%, a US$ 90,86 o barril. Vale ON registrou declínio de 1,88% e a PNA, -1,62%. Em Nova York, o Dow Jones caiu 0,60%, o S&P 500 perdeu 0,22% e o Nasdaq, -0,07%.
Memorial Day

Nos caso dos EUA, Gouveia acredita que o feriado de Memorial Day na segunda-feira afastou os investidores, em razão do temor que tenha alguma novidade ruim na Europa nos próximos três dias. ''O investidor não quer assumir risco nestes três dias em que os mercados estarão fechados'', disse.
Queda

Quando os operadores de câmbio cruzaram os braços na tarde de ontem, as telas registravam o dólar à vista a R$ 1,998, com perda de 1,87%, no balcão e a R$ 1,9985, com queda de 2,11%, na BM&F. O dólar futuro junho, às 17h00 estava em R$ 1,9945, com desvalorização de 1,77%.
Recado

Para a maioria dos operadores do mercado doméstico a ação do BC, ontem, foi um recado mais claro de que a taxa de conforto para a equipe econômica é de R$ 2,00. ''O comportamento do dólar estava de acordo com o exterior e não havia um momento crítico como quando ocorreram os outros leilões. O BC foi ofertando swap até o dólar ficar perto de R$ 2,00 e, agora, se abaixo disso ele não fizer leilão, ficará ainda mais claro o recado de que ele quer o dólar mais perto deste nível. Por isso vamos ver os próximos passos com atenção'', disse um experiente operador.
Contrariado

O recuo do dólar ante o real contrariou o comportamento internacional, onde a moeda norte-americana subiu em relação ao euro e também ante as moedas emergentes mais importantes. Pouco depois das 17 horas, a moeda única europeia valia US$ 1,2514, ante US$ 1,2532 no final da tarde de ontem em Nova York. Mais cedo, o euro foi abaixo da marca de US$ 1,25, batendo mínima de US$ 1,2496.
Juros

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (370.195 contratos) estava em 8,04%, de 8,07% no ajuste. A taxa projetada pelo DI janeiro de 2014 (323.165 contratos) cedia para 8,52%, de 8,62% na véspera. Entre os vencimentos longos, o DI janeiro de 2017 (45.955 contratos) recuava para 9,81%, de 9,92% na quinta-feira, enquanto o DI janeiro de 2021 (11.110 contratos) caía para 10,34%, de 10,44% no ajuste.
(Agência Estado)