Resposta indispensável
O pedido formal de suspeição do ministro Gilmar Mendes pela Procuradoria da República, e isso pela terceira vez, deverá ser respondido a conselho da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal. Há poucos fatos novos, dentre eles até o envio de flores a Guiomar, sua esposa, pelos envolvidos na operação Ponto Final que lida com as relações do governo Sergio Cabral com o cartel do transporte coletivo, em favor dos quais Gilmar concedeu uma sequência de habeas corpus.

O ministro está viajando e deve dar essa resposta apenas em 7 de setembro pouco antes do fim da missão de Rodrigo Janot na Procuradoria da República, mas se considera sem qualquer impedimento para atuar nos casos, o que poderá vir a ser apreciado pelo pleno.

Se depender do ministro, nada se altera, mas está criada, com a mediação de Cármen Lúcia, uma obrigação moral de Gilmar Mendes se pronunciar, todavia agora sob o foco dos seus companheiros de instância. No entrechoque institucional, há pronunciamentos contra e a favor de entidades que sofreram divisões internas com os acontecimentos. Mais ministros têm se manifestado contra o que consideram transbordamentos de Mendes como Barroso e Luis Fux, ambos preocupados com a ação política desenvolvida para deter a Lava Jato.

Pesquisa
Uma sondagem nacional para ver quem tem mais razão se o lulopetismo ou Michel Temer negou que houvesse essa espécie de divisor no país, conforme a Paraná Pesquisas. Ambos são derrotados, todavia, paradoxalmente se unem, e tal se dá com toda a classe política, na reação à Lava Jato que voltou a mostrar sinais de vitalidade com as denúncias contra o PMDB e, em especial, a decorrente da delação premiada Lúcio Funaro que pega além, do presidiário Eduardo Cunha o presidente Michel Temer. Este da mesma maneira que Lula explora o vitimalismo ao afirmar que querem parar o Brasil e que isso ele não admitirá, postando-se como uma figura carlyleana de herói, aureolado pelas reformas e agora pela missão internacional em que fará exposição dos bens a privatizar.

Um presidente que não tem 5% de credibilidade junto ao publico, mas cada vez mais forte para o mercado e o mundo empresarial, vive tal contradição e tenta ser um bom ator, ainda que prejudicado pelas mancadas em nominações geográficas.

Melhora
Não é suficiente, porém há considerável melhora na situação da Sercomtel com a redução do seu prejuízo em 37,4%, conforme números que serão apresentados ao Conselho Fiscal. Copel, sócia com 45% do capital, também está atuando no esforço para superar a crise que ameaça a concessão da telefonia fixa. Confronto com o desempenho no ano passado revelou tais melhoras. Trata-se de uma causa paranaense, não apenas de Londrina pela importância que a telefônica municipal tem em manter fundamentos de apurada tecnologia na economia da cidade e do segmento de inteligência.

Deficit
O deficit primário de R$ 20 bi em julho mostra que tem sido inútil o ativismo criativo do governo Temer que tenta colher algum fato significativo da missão na China, que pode despertar o interesse na aquisição de ativos estatais levados à privatização. Como na criação de Noel Rosa, está vendendo o carro para comprar gasolina, o que não o impede de afirmar que ninguém conseguirá pará-lo. Cruz credo.

Cerveja
O placar de 24 a 20 pela volta da cerveja nos estádios mostrou um vigor que normalmente é impossível na Assembleia Legislativa, dado o minimalismo da oposição e a submissão doentia da base aliada a tudo que o governo pretende. Beto Richa garantiu ao seu líder, Romanelli, que sanciona a matéria, porém se sabe que o Ministério Público estadual entrará com recurso, uma vez que como a polícia vê na inovação estímulo a violência. Porém, a causa mais remota da barbárie é a agressividade da torcida organizada. Essa como o tratador de cães é maior ameaça que o próprio animal. Basta ver a passagem delas pelas ruas comboiadas pela polícia: é gente preparadíssima para tudo.