Terror presumido
O juiz Sérgio Moro não aceitou o pleito da Defesa e do Ministério Público para ouvir novas testemunhas no caso do tríplex, alegando que tal medida apenas protelaria o fluxo do processo. Com isso, crê haver material subsistente para o julgamento sem prejuízo das partes interessadas no que diz respeito ao legítimo direito de ambas.
Como todos os atos relativos ao julgamento, até aqui ainda no ciclo que precede o elenco das razões finais, são atentamente acompanhados pelo público até pela riqueza dos informes que os ilustram, captamos o fato excepcional de que essa visualização é em tempo real, ainda que sujeita a eventuais ruídos de comunicação, tal a pletora de notícias por todos os meios e ora acompanhadas pela crítica, de um lado e de outro, das redes sociais, fenômeno inevitável nos dias contemporâneos.
Essa simplificação de uma sociedade mais aberta e menos atenta a formalismos, deixa-a também exposta à marca inevitável dos nossos dias do radicalismo enlouquecido pela paixão ideológico-doutrinária. Da mesma forma que se assoalha que o juiz age mais em função das denúncias e intenções dos procuradores, negada classicamente no pleito de mais testemunhas, infere-se que o magistrado se preocupa com o cronograma e busca refrear qualquer intento procrastinatório. Por sinal que, boa parte da classe política, segundo reportagem deste fim de semana, não crê na possibilidade de julgamento antes de 2018, razão pela qual despreza a hipótese de riscos além daqueles normais e decorrentes da forte e ampla divulgação dos eventos e eventual desgaste.
Mas é justamente esse acompanhamento sistemático, sujeito a chuvas e trovoadas desses humores, que exige a máxima postura dos agentes envolvidos, tanto os da defesa como os da acusação, e especialmente a figura do magistrado, por uns transformado num herói e por outros num déspota, que terá a missão de lavrar sentença, a maioria esmagadora das quais até aqui ratificadas amplamente pela instância revisora.
Na verdade, quem está sob julgamento é o público que se saiu muito bem na audiência de Lula ao postar-se como civilizado e não praticando transbordamentos como a expectativa criara em torno de tensões que existiam apenas no imaginário dos engajados e setores da mídia. Impor o espírito da república é a forma de reagir ao terror presumido e presente nas redes sociais na histeria das suas proclamações raivosas.

Cibertaque
O ciberataque da semana passada, que atingiu até 150 países alcançando 200 mil pessoas, afetou o funcionamento do sistema do INSS no Paraná, segundo se apurou. Havia temores de nova onda nesta semana. A normalidade, para se ter uma ideia do estrago, segundo o diretor da Europol, Rob Wainwright, é realizar operações contra 200 ciberataques por ano, daí o choque do fim da semana passada. No INSS local, houve sequelas e o sistema ficou afetado e muitas operações tiveram que ser feitas manualmente, o que mexeu com a rotina.

Lâmpadas led
Houve roubo de lâmpadas led, que iluminavam a Rua João Negrão, pelo corte da fibra protetora. As ações desse tipo de delito e equivalentes estão expressas no fato de ter havido uma apropriação de nada menos de 20 mil metros de linhas.

Prefeitos unidos
Prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba emitiram um manifesto em que se declaram, diante da recessão, sem condições de honrar o reajuste dos seus funcionários. Quem abriu o desfile foi o governador Beto Richa que não concedeu o reajuste automático dos servidores, seguido pelo prefeito de Curitiba, Rafael Greca, que encaminhou pacote fiscal para a Câmara interditando de saída qualquer tipo de plano de carreira bem como não concedendo o reajuste esperado. É a crise fiscal ganhando capilaridade não imaginada: não há aumento de receita e as despesas crescem de forma inercial com quinquênios, anuênios, progressões e promoções. O cofre está a zero e berreiro não faz dinheiro aparecer, ainda que seja justo e compreensível.

Espanha
Praça de Espanha, pelo caos lá implantado com violência, roubo e drogas, levou o Ministério Público estadual a acionar a Prefeitura de Curitiba pretendendo intervenções como a de cercar o logradouro, impedindo seu funcionamento à noite e de madrugada. O MP queria, inclusive, e isso foi pleito de liminar, que se impedisse a concessão de novos alvarás na região, com o que a Justiça não concordou. Isso prova que a "Balada Protegida" não tinha captado o drama, apesar da zoeira que provocou.

Folclore
O Brasil acaba de regulamentar a propina, não essa da Odebrecht e Petrobras, mas a dos bares e restaurantes, enfim a gorjeta. Adivinhem quem vai perder com isso: o garçom como o trabalhador de um modo geral no país em todas as reformas.