A lista aterradora
Exatamente como se esperava, a lista do ministro Fachin alcança as cabeças premiadas da fauna política brasileira com oito ministros, 24 senadores, 39 deputados federais e a linha sucessória de Michel Temer expressa nos presidentes das câmaras alta e baixa. Sobrou também para os governadores, inclusive o nosso, com o que se ratifica, desde primórdios do mensalão e na sequência com o petrolão, que perdemos a timidez a partir do doleiro Youssef e Janene e também por gente nossa na força-tarefa da Lava Jato entre policiais, procuradores e o juiz Sérgio Moro e agora com a atuação do ministro Edson Fachin, na relatoria do processo, também da terra.
A listagem fez jus ao "fim do mundo", decorrente das delações premiadas da Odebrecht e aponta para uma corrida entre políticos e a justiça, com essa revelando maior presteza e poder de fogo do que aqueles cuja ação retaliatória é visível no projeto de abuso da autoridade, no qual o Paraná está presente nas artes do relator senatorial Roberto Requião e que afirma ter incluído no seu trabalho sugestões tanto da Procuradoria da República quanto do juiz Sérgio Moro, o que seria surpreendente.

Laranjice crônica
Mais uma vez a bancada governista na Assembleia cria "CPIs laranjas" para evitar a convocação em casos como o da roubalheira fiscal e dos desvios das construções escolares. É verdade que há mais eficiência em ações do Ministério Público, tal qual ocorre, sem no entanto a necessária cobertura política. É tão minimalista numericamente a base parlamentar oposicionista que limita seu poder beligerante, ainda mais brecada por manobras como essa.
Ironicamente o Tribunal de Contas, com sua advertência sobre gastos com pessoal, produz mais ruídos do que discursos de uma oposição brancaleone.

Melhora?
O movimento comercial com a Páscoa pode melhorar a estatística de queda verificada em fevereiro de 7,41% em relação a igual período do ano passado. A recessão está aí com todos os seus horrores e seus sinais com o desemprego e a ampliação dos endividados. A liberação do FGTS nas contas inativas mal serve para acertar dívidas e gera poucos estímulos ao consumo nos níveis em que foram colocados nas expectativas.

Nota Paraná
A campanha CPF na nota para melhorar a arrecadação permite, com uso de aplicativos, que se tenha um monitoramento por exemplo em preços de combustíveis. Mas foi acionando esse meio que uma consumidora denunciou que um bombom da Nestlé, cotado a R$ 2,99, custava bem mais caro: R$ 7,99. A especulação corre solta.

Abalado
Quem ficou sensivelmente abalado com o enquadramento, ainda que precário no informe, foi o ex-senador Osmar Dias, possível candidato ao governo e que em entrevista à CBN na semana ainda fez referência à onda que atinge a classe política, mal imaginando que seria citado.

Vandalismo
Atos de vandalismo em escolas municipais na capital chegam, na média deste ano letivo, a três por dia. Só neste ano, tivemos 285 atos dessa natureza com roubo de equipamentos e destruição de instalações. No ano passado, segundo os dados da prefeitura, tivemos nada menos de 840 ataques.

Decisões judiciais
O maior ponto de estrangulamento do sistema de transporte coletivo da capital está na decisão judicial que protege as empresas de serem obrigadas à renovação da frota enquanto não se restabelecer o equilíbrio contratual. Juridicamente, seus advogados jogam pesado tanto que por várias vezes chegaram a ameaçar o abandono da permissão. A fragilidade da defesa do município é espantosa, tanto que a renovação só ocorrerá quando as concessionárias desistirem das ações judiciais. Com a faca e o queijo na mão deitam e rolam num clima claro de chantagem. O que poderia abalar essa postura seria o que o Gaeco já reuniu em processos e investigações em nível nacional e local sobre as anomalias do cartel.

Prensa
A Urbs acaba de acionar tanto a Copel como as operadoras telefônicas por causa da queda do segundo cabo telefônico, agora diante do Extra na Boa Vista. Pela regularização do sistema de transporte coletivo sem esse tipo de anomalia, pediu providências da Copel junto às empresas de telefonia.

Folclore
Associação Comercial do Paraná, quando presidida pelo industrial Oscar Schrape Sobrinho, chegou ao ponto de sugerir aos seus associados que se abstivessem de pagar tributos no finzinho do governo Lupion, na maior dosagem de radicalismo em termos de resistência civil, e na gestão José Richa sua direção (Carlos Alberto de Oliveira) acusou o governo de ter sete comunistas na equipe. De lá para cá a relação tem sido mais cordial com Glaucio Geara que já esteve do outro lado como secretário da Fazenda.