Agora vai ou racha
É mais fácil rachar o lado do justo, expresso na força-tarefa, do que o do governo ora em ofensiva avassaladora e é claro com o apoio do capital (Fiesp e congêneres), este sem saída ante a recessão e vendo em Michel Temer muito mais do que uma pinguela para sair do sufoco. Como única opção possível se colocada em confronto com a continuidade judicial, expressando uma encruzilhada nacional – vê-se por aí como é ardiloso optar entre o sim e o não - o lado oficial cresceu muito e parece não temer como antes o peso da opinião pública, tal qual se viu quando o presidente foi impelido a substituir seus ministros então meramente citados ou envolvidos em trapalhadas como aquela do Geddel em cima do ministro da Cultura para liberar um prédio do seu interesse em sítio histórico e tombado em Salvador (BA).
Ao tentar dissimular uma postura independente, anteontem, Temer afirmou que só demitirá ministros se virarem réus e os afastará se denunciados forem. Ora, é clara a diferença do clima de agora com o anterior quando se desfez de aliados importantes para não se dar mal na opinião pública, hoje menos densa e tensa ante as cautelas postas em prática.
Mas ao tentar melhorar sua posição e conter os desgastes que vinha sofrendo acabou, como consequência, dando poderes mais fortes a Rodrigo Janot como Procurador da República e contribuiu para que o Judiciário tenha mais interferência na política. Os acontecimentos mostram que, apesar de o Paraná ter presença forte nesse divisor de águas, some do mapa a figura do nosso governador, hoje como ontem às voltas com mais uma greve dos mestres e talvez até buscando não sofrer contaminação por suas alianças federais. Dos senadores, o que se sai melhor é Alvaro Dias que tenta acumular energia para a iniciativa quixotesca, e até por isso simpática, de disputar a Presidência da República.
A convocação para a batalha das ruas, do MBL e do Vem pra Rua, é arriscada porque tem havido dispersão nas tentativas mais recentes em função da fadiga do material, do estresse, e há muito ceticismo de boa parte da sociedade acreditando que apesar das aparências tudo ainda termina em pizza, mesmo que sacrifique alguns.

TC ameaça
O Tribunal de Contas voltou à carga para dizer que não está brincando: a desobediência da prefeitura redundará em multas e em medidas preparatórias para o enquadramento de Rafael Greca em improbidade administrativa. Aliás, Beto Richa foi enquadrado junto com auxiliares nesse tipo de enquadramento no caso do massacre do Centro Cívico e até agora nada sucedeu.

Greca ameniza
Pelas redes sociais, o prefeito de Curitiba destrincha a planilha da Urbs como se comprovasse que não tinha outro caminho, mas tudo soa obscuro como se dava no passado até Beto Richa segurar as tarifas por cinco anos e criar a domingueira com passagens a R$ 1. Empresários apontam esse momento histórico como o fato que ruiu o equilíbrio do sistema, todavia que assegurou eleição e reeleição tanto na capital como no Paraná de Richa.

O encontro
Histórias dos transportes cada hora tem um flagra: numa delas foi denunciada a romaria de políticos, jornalistas e vereadores no sindicato das empresas, com o executivo João Simões, que tratou de eleger e reeleger seu irmão como presidente da Câmara, Iris Simões. Sob o título.de "Relações Perigosas"- o mesmo do romance de Choderlos de Laclos, a sequência foi exibida, por ordem de Requião, na TV Educativa e rendeu processo que vereadores ganharam contra a direção da emissora.
Agora, o prato do dia é o encontro entre Rafael Greca e Donato Gulin, dias depois da alta, no Graciosa Country Club. A foto é indiscutível e o fato é mais contundente do que aquele da fala entre o juiz Sérgio Moro e o senador Aécio Neves que deu margem a tanta especulação. Se num a imaginação é mais forte, noutro a presunção do comprometimento se impõe como sentenciosa. O público-privado no Brasil é assim mesmo nos três entes de governo. Entes, aliás, tanto um quanto outro, doentes.

Empreendedorismo
A hora agora, em plena recessão, é a de pôr em destaque os que revelam iniciativas ousadas como é o caso da Abajour Tecidos e do Mufato que abre outra unidade em São José dos Pinhais com 250 empregados. E isso numa época em que houve queda de 6% do varejo em relação a 2015.

Folclore
Com as redes sociais e o telefone celular é possível flagrar situações em que ninguém percebe como tudo se deu. Nem de longe o prefeito Rafael Greca e o empresário Donato Gulin poderiam imaginar que seriam fotografados e no caso deles, em função do aumento extorsivo das tarifas de ônibus, não é preciso sequer saber do que falavam para intuir algo péssimo para a vida pública. Nesta semana, reportagem da "Folha de S.Paulo" mostrou a sogra do presidente da República numa balada funk na capital federal.