Vagas no presídio
Basta uma transferência de presos da Polícia Federal para o Complexo Médico-Penal e crescem as especulações em torno dos novos ocupantes. Resta acautelar-se para que isso não ocorra perto do Natal ou na passagem de ano em função das datas festivas o que daria aos julgadores uma dimensão de Marquês de Sade, aquele que se compraz com a dor e sofrimento alheios.
O fato é que a transferência de Eduardo Cunha se deu mesmo com o protesto de sua equipe de advogados, que pleiteava sua manutenção na Polícia Federal, e houve novas denúncias contra o ex-presidente Lula em cima de propinas da dobradinha Odebrecht-Petrobras. Se o vigor das provas contra Lula fosse assemelhado ao apurado contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, certamente os advogados, todos renomados criminalistas, inclusive o paranaense Juarez Cirino, teriam algum constrangimento em usar a guerra de nervos para desestabilizar o juiz Sérgio Moro, tal a evidência dos delitos acumulados.
Por sinal que a Lava Jato projetou gente da terra no lado do crime, da advocacia, da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. Derrubamos o arquétipo da introversão e timidez atribuída à nossa gente como registro testamentário uma vez por todas em ousadias e racionalidades registradas no processo.
Divertem-se os sádicos com a expectativa em clima de suspense de quem irá ocupar as novas vagas no xadrez e há até os que fazem apostas a respeito.

Crescimento
Recentemente, se fez um balanço das economias do Paraná que teriam registrado os maiores avanços mesmo em área de IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, baixo. São eles: São João, Indianópolis, Sabáudia, Ortigueira, Matelândia, Mallet, Quatiguá, Pérola, Fazenda Rio Grande e Vitorino. Algumas têm explicação em investimentos fortes como o da Klabin em Arapoti e também as unidades industriais negociadas nos protocolos do "Paraná Competitivo" como se deu com a fábrica de pneus em Fazenda Rio Grande.
É verdade que esse levantamento é relativo à situação anterior de cada uma dessas cidades e o curioso é que a dispersão desse desenvolvimento se deu em praticamente em todo Estado nas suas várias microrregiões. Fazenda Rio Grande, que há décadas era um pequeno distrito de Mandirituba, levou as vantagens decorrentes da conurbação com a capital e conta hoje com uma população de 90 mil pessoas. Da condição marcante de disputas de raia em cancha reta e ampliadas para um micro Jockey Club, que atraía criadores dos inúmeros haras da região, transformou-se em apreciável complexo comercial e agora também industrial como a multinacional de pneus.

Choque de novo
Aproxima-se a data de pagamento de vale de motoristas e cobradores e, com a falta alegada de recursos e o não repasse pela Prefeitura de Curitiba, arma-se o velho circo da alegada quebra do equilíbrio financeiro dos contratos por parte das empresas. Segue-se o ritual da greve com jeitinho de locaute e a população permanece refém de tudo com o poder concedente, cada vez fazendo mais concessões e sem denunciar as infrações empresariais. Por sinal que agora há uma denúncia pesada contra o Sindimoc de irregularidades na gestão, enquanto no lado patronal temos as investigações do Gaeco aqui praticadas e em cidades do Paraná e de outras unidades federativas, inclusive com burla nas licitações, velho macete do cartel.

IPVA
A taxa de IPVA dessa feita vai ser mais baixa, pelo menos em 5% em função de desvalorização da tabela. O fato é que no exercício passado houve muita inadimplência em meio às cargas do ajuste fiscal.

Uber
Se for verdade que a operação do Uber, facilitada pela crise e desemprego, é antieconômica para os que a ela aderem, deveria levar o Ministério Público do Trabalho a agir em favor dos motoristas cuja atividade não cobre a manutenção do carro e o pagamento de 25% e só se mantém por causa do clima de recessão e de falta de perspectivas. Seis por meia dúzia.

Folclore
É tédio demais para os idosos: convidaram Papai Noel ao baile da terceira idade. Coca-Cola, como mostra o anúncio, ainda dá para encarar com o maior prazer.