Um mês de Fruet
Já temos um mês de Fruet como há mais de meio mandato de Beto Richa. É que o tempo passa e de repente não há mais nada a fazer, daí porque se tenta saber o que o novo prefeito fez em seu primeiro mês. É claro que tenta, a despeito das anomalias já encontradas, sinalizar intenções como a de na menor das hipóteses saber por que razão Curitiba é refém do Instituto de Informática e também do cartel dos ônibus e da URBS, ao mesmo tempo, e ainda mais da coleta do lixo, da empresa que aluga veículos e de toda a malha de empreiteiros e prestadores de serviços que se nutrem do sistema há tanto tempo.
Afora a evidência da baderna fazendária, dos R$ 300 milhões de restos a pagar e mais das faturas penduradas, Fruet deu a entender que não será um bom moço, como reza a tradição, mas sem se revelar, também, um ''bad boy''. Acredita numa dosagem infinita de paciência para poder agir quando tiver nas mãos um mapa claro da situação e não se guiando pelos impulsos dos que querem para já, se possível ontem, a ruptura. A área radical está isolada, mas a da conveniência de sempre se mantém atenta, pronta para dar o golpe e como o gênio de Salinas (nada a ver com a pinga mineira) fazer a revolução para que tudo fique como está. Um mês de Fruet: ao menos não houve desfrute daqueles.

Sinal vermelho
Perda de valor das ações da Petrobras já chega a 25% por causa do impasse do não reajuste dos combustíveis. Ontem ela perdeu sua hegemonia nessa parte do cone sul para a empresa colombiana. E há ainda mais greve do pessoal querendo mais avanços no Plano de Participação dos Lucros e nos Resultados. Quando, como nesse caso, não há lucros, como distribuir resultados?

Estouro
IPTU altíssimo o de Pinhais: 6,9% acima da inflação acumulada. É guerra já declarada e com a convocação de advogados para recursos administrativos e, na sequência, mandados de segurança.

Possível
Falou-se que o custo de cada tornozeleira de preso estaria para mais de R$ 20 mil. Governo alega que é uma locação que não vai além de R$ 540. Ocorre que do Estado se pode esperar tudo como aquelas placas de sinalização turística para um encontro da ONU na Capital que valiam cada uma R$ 10 mil, o que prova a existência de uma espécie de Rei Midas entre prestadores de serviços.
Desde 2007 se fala nesse instrumental para monitorar presos. Como todo serviço, público ou privado, é um negócio, o que é que se pode fazer?

Folclore
Quando puxar revólver atire nem que seja para o alto. O delegado Arlindo Godoy, convocado para controlar um quebra-quebra estudantil no Colégio Iguaçu da família Parodi, anos sessenta, não seguiu o conselho. Puxou o revólver e recuou não querendo magoar os rebelados e a turba foi com tudo para cima da escola quebrando janelas e arrombando as suas derradeiras portas.
Ironia é o fato de os Parodi terem sido, na origem, militantes anarquistas da Colônia Cecília na Palmeira.

Justiça Poética
O oba-oba tira o raciocínio e pode levar ao embotamento: esse pessoal da Copa não vê nada do lado crítico das coisas e ontem a Fifa proibiu a construção do estacionamento subterrâneo na Arena que pode ainda levar um pedaço da Praça Afonso Botelho, o velho campo do Cinco de Maio.