O circo

Tem razão o Gustavo Fruet em afirmar que proporcionalmente o que se dá na Câmara Municipal de Curitiba em matéria de desvios é maior do que o mensalão e ainda ontem tivemos um esquete desse circo: na Comissão de Ética dois votaram pela saída do presidente Francisco Garcez e dois pela manutenção e em seguida, com o voto de minerva, ele decidiu ficar. Até por esse desdobramento anedótico cabe a analogia feita com o mensalão que cuida de um desperdício de pouco mais de R$ 50 milhões quando um só, dos conhecidos da Câmara (imaginem o resto), leva mais de R$ 30 milhões.
Nos dois casos é jogo de poder e embora o mais falado deles envolva as duas casas do Congresso no controle das votações parlamentares o outro exibe a sordidez do varejo das sacanagens assistenciais. O ideal é que saísse, de uma vez, como prometeu o presidente da Comissão de Ética, a relação de todos os beneficiários dos anúncios do legislativo, grandes e pequenos, formais e, é claro, os clandestinos também. Cada vez mais circo do que pão.

Repeteco

Em 2005 houve uma ação parecida com essa da polícia no Parolin e pela repetição se percebe que não houve progresso. Só que agora tem nomenclatura especiosa, Unidade Paraná Seguro. Quando Hegel afirmou que a história se repete, Marx, extremamente pretensioso diante do codificador da dialética, tentou corrigí-lo com o saque de que ela se dá primeiramente como tragédia e se repete como farsa. Cada vez me convenço mais de que temos mais farsa do que história. E as ações no Parolin têm tudo disso: movimentação espetaculosa com a sensação de presumida segurança. Por sinal que não temos os dados da primeira experiência, a do Uberaba, para saber se a coisa funciona. Obviamente a presença policial já é melhoria, desde que eficiente na prevenção e repressão e que seja, sobretudo, duradoura. Porque se a polícia é migrante, o crime o é também com sua tática de movimentos.

Redes sociais

Com as redes sociais há extremo risco de a bandidagem saber onde a polícia vai atuar: saíram, nesses dias, registros de atuação em áreas de alta densidade criminal como Cajuru e Cidade Industrial. Em Curitiba não há mais um só nicho de segurança, a cidade está ocupada pelo crime.

Folclore

O PPS insiste em fazer merchandising do sabonete Lifebuoy com a sua marca de ''limpinho'': pega no pé do vereador Zé Maria para sugerir que faz a limpeza interna. É o partido gari. Desfigurou-se da metamorfose do partidão como um Gregor Samsa, aquele de Kafka, que desperta borboleta perfumado de sabonete.

Do suco ao soco

João do Suco, desde ontem, é o João do Soco: acabou com o esquema de propaganda da Câmara, cortou tudo. Deu um soco na adversidade. Vão fechar vários horários em rádio e TV.

Tarifaço

Pelo jeito o TJ aprova o tarifaço, mas impede a passagem da verba para a área de segurança.