TJ condena candidato em Tapejara
Segundo a coligação Por Amor a Tapejara, encabeçada por Noé Brant (PPS), que disputa a prefeitura da cidade (Noroeste), recente condenação por improbidade administrativa no Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná não impede a candidatura dele. No último dia 31 de julho, a 4 Câmara Cível do TJ sentenciou Brant por irregularidades em procedimento licitatório, quando o candidato ocupou o Executivo (1997-2000). Segundo a relatora do caso no TJ, desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, na ocasião houve ''uma manobra para justificar gastos sem prévio procedimento licitatório''.
- No final de agosto, Brant conseguiu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) reformar uma outra decisão do TJ que o condenava por improbidade administrativa por supostamente ter feito mais de 400 pagamentos sem notas de empenho quando foi prefeito do município. Além de ter sido enquadrado na Lei de Improbidade Administrativa, Brant teve os direitos políticos suspensos por dois anos pelo TJ - o que o impediria de se candidatar nessas eleições.
Jakimiu tenta barrar Brant
Aproveitando a última condenação, a coligação Renovação e Trabalho, encabeçada por Taico Jakimiu (PV), insiste na tentativa de barrar a candidatura de Noé Brant na disputa Pela prefeitura de Tapejara. A assessoria jurídica de Jakimiu recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contestando o deferimento do registro de Brant alegando rejeição das contas municipais e a recente condenação por improbidade. No entanto, o advogado de Brant, Jean Carlos Sartori Skiba, afirmou que as condenações não interferem na disputa. ''Quando saiu a decisão, já havia sido deferido o registro.'' Ele também entende que não deve haver problemas para a diplomação, caso Brant vença nas urnas.
Novos depoimentos
Três servidoras foram ouvidas ontem pelo delegado do Gaeco em Londrina, Alan Flore, no inquérito que apura supostas irregularidades no processo que resultou na compra dos livros didáticos considerados racistas. O material custou R$ 620 mil aos cofres municipais e, segundo a ex-secretária de Educação Karin Sabec, durante depoimentos, a aquisição do material teria ocorrido a partir da interferência direta do ex-prefeito Barbosa Neto (PDT) e do ex-chefe de Gabinete Fábio Góes. ''São pessoas que de alguma maneira se envolveram nessas contratações'', disse Flore.
- A partir dos elementos coletados na investigação sobre os uniformes, o Gaeco abriu quatro novos inquéritos. Além dos livros, também serão apurados os contratos da merenda e da Proguarda e o suposto pagamento de propina para oficiais de Justiça em Apucarana.
Presidente do STJ
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Felix Fischer, será homenageado hoje, às 17 horas, no Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná. Ele receberá de Miguel Kfouri Neto, presidente do TJ, a ''Medalha Mérito Judiciário'' e, do Ministério Público, a ''Medalha da Ordem do Mérito''. O governador Beto Richa (PSDB), o senador Sérgio Souza (PMDB) e o procurador-geral da Justiça, Gilberto Giacoia, participarão da cerimônia.
Divergências
''Um verdadeiro partido engajado contra o governo, contra a esquerda, contra a democracia'', diz da revista Veja o deputado federal André Vargas (PT-PR). Ele ficou bravo com matéria que associa o ex-presidente Lula ao mensalão, disse que a revista requenta notícias para publicá-las de forma a interferir naquilo que deveria ser um julgamento técnico. ''Protesto contra a forma como esse tema vem sendo tratado no nosso País'', lamenta o petista. No Congresso, Rubens Bueno (PPS), da oposição, preferiu a economia de adjetivos. Disse que Veja é ''investigativa'' e nada mais.
A mosca azul...
Leonardo Boff também divulgou artigo em que fala do mensalão, do PT e das implicações desse momento na política brasileira. ''De saída quero dizer que nunca fui filiado ao PT. Interesso-me pela causa que ele representa pois a Igreja da Libertação colaborou na sua formulação e na sua realização nos meios populares. Reconheço com dor que quadros importantes da direção do partido se deixaram morder pela mosca azul do poder e cometeram irregularidades inaceitáveis. Muitos sentimo-nos decepcionados, pois depositávamos neles a esperança de que seria possível resistir às seduções inerentes ao poder'', raciocina.
... e o futuro
''Lamentavelmente houve a queda'', continua Boff, ''mas a queda nunca é fatal. Quem cai, sempre pode se levantar. Com a queda não caiu a causa que o PT representa: daqueles que vem da grande tribulação histórica sempre mantidos no abandono e na marginalidade. Por políticas sociais consistentes, milhões foram integrados e se fizeram sujeitos ativos. Eles estão inaugurando um novo tempo que obrigará todas as forças sociais a se reformularem e também a mudarem seus hábitos políticos''.