Dias atrás, o meu companheiro do Rotary Clube Londrina Norte, Gerson Gonçalves, assumiu a tribuna do clube para efetuar um comunicado. Dizia ele: "Companheiros, se vocês querem ir a Curitiba de automóvel, utilizem-se da Estrada do Cerne. Ao menos de Londrina a Piraí do Sul. Isto porque, a Rodovia do Café se encontra com vários trechos em obras e as frequentes paralisações do fluxo de veículos têm atrasado muito a viagem".

Desatento a esse aviso de parte do meu amigo Gerson, dei-me conta do mesmo já na primeira paralisação que encontrei nessa rodovia. Ocorreram mais três. A razão é que essa rodovia apresenta no momento duplicações e acertos na pista em diversos trechos. Resultado: o tempo normal do meu percurso demorou mais que uma hora e sem parar em qualquer outro lugar. Além disso, constatei que a maioria dos que se utilizam desse mesmo percurso estavam irritadíssimos. Alguns até forçando passagem, imprudentemente, sob a alegação que tinham compromissos já agendados e não poderiam faltar.

No entanto, dentre os que conversavam enquanto aguardavam, era voz corrente que tais serviços se deviam exclusivamente aos que pagam pedágios desde há muitos anos. Evidentemente, trata-se de uma parceria publico/privada. O Estado permitiu a concessão, porém seriamos nós os que pagamos. E, quanto à parte do Estado, sempre nos pareceu que houve uma elástica condescendência de parte do mesmo quanto à efetiva fiscalização do contrato de concessão. (Ao menos para nós que não tivemos, até hoje, nenhum interesse mais atuante). Sempre acreditamos que o Estado está atento a isso e nenhuma irregularidade estaria existindo. Diante disso, assumimos a nossa culpa. Ainda que indevida.

Desde há tempos, fala-se que o contrato de concessão estaria para ser finalizado e espera-se que não haja nenhuma prorrogação do mesmo. Sendo isso verdadeiro, havendo penalidades pelo não cumprimento contratual, poderia a empresa concessionada estar envidando todos os seus esforços para cumprimento da parte que lhe cabe. Dentre eles, o da total duplicação da pista da Rodovia do Café de Apucarana a Ponta Grossa.

Sob este ponto de vista, é muito serviço ainda a ser feito e pouco tempo restante. Daí, a possível justificativa que é preciso trabalhar em todas as frentes possíveis independentemente de sol ou chuva. Com isso, os transtornos que temos verificado.

No retorno, vali-me do conselho do Gerson Gonçalves. Retornei pela Estrada do Cerne. Ao menos no trecho Piraí do Sul a Jataizinho, constatei que o DER está providenciando reparos na pista aqui e acolá. Porém, o fluxo de veículos é melhor e demora-se menos tempo de viagem. A não ser no trecho São Jerônimo da Serra–Assaí, onde percebe-se que o atendimento aos serviços da pista também interfere no fluxo dos veículos.

A verdade é que utilizando-nos da Rodovia do Café sentimo-nos mais seguros. Mais protegidos. Com mais assistência. Coisa que não se percebe no trecho do Rodovia do Cerne no trecho acima citado.

No entanto, não poderia o Estado (ao menos enquanto durar estes trabalhos de duplicação na Rodovia do Café) dar uma assistência mais segura aos motoristas no trecho da Rodovia do Cerne (Piraí do Sul–Jataizinho)?

Também não poderia o mesmo efetuar publicações, ou divulgações amplas, dirigidas a todos os interessados para que possam se valer dessa alternativa enquanto durar tais serviços e que estão interferindo nas programações das pessoas que tem de ir a Curitiba para atendimento dos seus negócios?

Ou, ainda, cobrar o planejamento dessas atividades de duplicação da pista de forma que as interferências ao fluxo dos veículos sejam de menos durações?

JOSÉ PEDRO DA ROCHA NETO é engenheiro em Londrina

■ Os ar­ti­gos de­vem con­ter da­dos do au­tor e ter no má­xi­mo 3.800 ca­rac­te­res e no mí­ni­mo 1.500 ca­rac­te­res. Os ar­ti­gos pu­bli­ca­dos não re­fle­tem ne­ces­sa­ria­men­te a opi­nião do jor­nal. E-­mail: opi­niao@fo­lha­de­lon­dri­na.com.br