O Jornal do Paraná, aos sessenta e nove anos de idade, desde sua primeira edição, surgiu para mostrar que a cidade de Londrina se destacava neste setentrião paranaense, por gente que acreditava no progresso, desenvolvimento, empreendedorismo e na pujança da região, quando ainda adolescente, pois decorrera apenas quatorze anos da criação do município, em 1934. Constituída de pessoas incomuns, Londrina e sua gente não decepcionaram suas gerações. Em pouco tempo de existência, já havia escolas e colégios para os cursos primário, secundário e colegial. Nem bem atingira sua maioridade e já contava com cursos superiores, como Filosofia, Ciências e Letras, Direito, Odontologia e muitos outros que foram se agrupando, desde aqueles que se utilizaram das instalações do Grupo Escolar Hugo Simas (hoje com 80 anos desde sua fundação, em 14 de julho de 1937), "uma das vigas mestras da evolução do ensino em Londrina, responsável pela formação de milhares de londrinenses", entre os quais este que aqui rememora, na sua própria vida, sua importância.
Esses pioneiros lançaram as bases para desenvolver seus objetivos e deixar à coletividade, seus descendentes e sucessores, as condições de oportunidades para que o progresso se instalasse na cidade e região. Lograram sucesso e respeito. A Folha de Londrina foi, incontestavelmente, um dos veículos da maior importância para essa jornada vitoriosa e para o reconhecimento daqueles que aqui nasceram e se desenvolveram. Fato da maior importância foi que muitos que iniciaram seus estudos escolares no Grupo Escolar Hugo Simas a ele voltaram, como eu próprio, para ingressar e concluir neste mesmo colégio o bacharelado do primeiro curso superior de Direito, na Faculdade Estadual de Direito de Londrina (hoje incorporada à UEL).
Por tudo isso e muito mais, releva destacar que num espaço curto de tempo, pouco mais de 20 anos, a cidade já proporcionava não só à juventude londrinense, mas àqueles que aqui aportaram, oportunidades de vida, crescimento e ascensão, sem se deslocarem para outros centros, ou mesmo para a capital paranaense e aí desenvolverem seus objetivos e aprimorarem suas habilidades culturais e profissionais. Tais oportunidades somente foram possíveis e concretizadas pelo trabalho, visão de futuro, espírito público desprendido e abnegado dos homens e mulheres que para esta cidade vieram, nos seus primórdios, por acreditarem que deixariam para os que lhes sucedessem as condições necessárias de se aprimorarem, qualificarem-se e se profissionalizarem. Oportunidades que os tornariam cidadãos úteis e aptos a ascenderem no respeito aos seus predecessores e sucessores.
O espírito desprendido, abnegado e visão de futuro, fizeram João Milanez acreditar nesta incipiente cidade, lançar o jornal, abrindo espaço a todos para o desenvolvimento material, cultural, social e profissional, como veículo indispensável na democracia, advinda do pós-segunda guerra mundial, à plena liberdade de manifestação do pensamento e livre expressão da atividade intelectual nos seus diversos matizes. Hoje o jornal se destaca, cada vez mais, perseguindo os mesmos ideais de seu criador, como mídia impressa e digital indispensável, de alta categoria e respeito, impulsionadora de estudos, simpósios e discussões sobre o desenvolvimento econômico e social da cidade e de todo Paraná.
A Folha de Londrina, ao lado de outras importantes entidades, empreendedores e profissionais, criou as condições, que são mantidas e impulsionadas até hoje, de significativa e indispensável importância para a pujança desta cidade e daqueles que aqui escolheram viver e trabalhar.

ROMEU SACCANI é advogado membro do Instituto dos Advogados do Paraná e do Instituto de Direito Tributário do Paraná e de Londrina

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