O amistoso entre a nova equipe de voleibol feminino Londrina/Adeps/Positivo e a pentacampeã da Superliga Vôlei/Nestlé foi uma das melhores notícias que o esporte londrinense recebeu nos últimos tempos. A cidade de aproximadamente 550 mil habitantes sofre de uma carência enorme no esporte de alto rendimento, fora dos principais campeonatos do País.

Nos esportes coletivos, apenas o time de handebol masculino representa Londrina na Liga Nacional. Mesmo assim, a equipe não tem a mesma força da década passada, quando estava entre os melhores elencos do País com atletas convocados para seleção brasileira. Há mais de 10 anos, Londrina também tinha um bom time de basquete, que sempre brigava por uma vaga nos playoffs da NBB. Moringão lotado com a torcida empurrando o time da cidade, uma atmosfera ímpar que mexia com nervos até de Oscar, o Mão Santa.

Antes mesmo de anunciar a continuidade do projeto de alto rendimento em parceria com o patrocinador máster, o novo time de voleibol da cidade já deixa pelo menos duas lições importantes. A primeira é que o esporte deve ser administrado por gente que ama o esporte, mais do que o dinheiro e as barras de ouro.

A ex-jogadora da seleção brasileira, campeã pan-americana e bronze em Sidney-2000, a londrinense Elisângela Almeida é conhecida pela seriedade na gestão do projeto, que além do alto rendimento, também tem objetivos na área social. Outra característica que chama atenção é a admiração das atletas e treinadores, futuros adversários, ao trabalho desenvolvido pela nova dirigente.

A postura do Vôlei/Nestlé também foi exemplar. Uma das favoritas ao título da Superliga deixou a competição de lado por poucos dias e trouxe o time titular para Londrina com estrelas do voleibol nacional como Tandara, Mari Paraíba e Bia.

Nas entrevistas, as jogadoras da equipe de Osasco destacavam a importância do nascimento de uma nova equipe com estrutura adequada para fortalecer ainda mais o voleibol feminino no Brasil, um dos melhores do mundo. Uma lição para o futebol, esporte onde a divisão de receitas privilegia os grandes, mesmo que isso provoque um desequilíbrio entre os times.

Em outras modalidades existe a preocupação em valorizar a liga para que todos cresçam e tornem o campeonato mais competitivo e interessante. O "draft" nas ligas norte-americanas é um bom exemplo. O pior time da última temporada tem a primeira escolha entre os atletas mais promissores do esporte universitário.

Esperamos que a nova equipe londrinense possa disputar a Superliga B para colocar a cidade na elite do voleibol nos próximos anos. Boa semana e boa sorte.