DE CASA
PUBLICAÇÃO
domingo, 26 de março de 2017
Rafael Fantin<br>[email protected]
Não merece
A seleção dentro de campo é o contraste da CBF. Enquanto a equipe comandada por Tite joga para frente e mostra muita qualidade para a alegria da torcida, a entidade máxima do futebol brasileiro é sinônimo de retrocesso e de manobras sórdidas nos bastidores. Na última quinta-feira, mesmo dia em que Paulinho, Neymar e companhia davam um show de bola no lendário Estádio Centenário, na sede da CBF, no Rio, os cartolas davam mais poder para o presidente Marco Polo Del Nero. Diferente do mercador italiano que desbravou a Ásia, o Marco Polo brasileiro não pode viajar, pois tem medo de ser preso pelo FBI, por suspeita de receber propinas.
O novo estatuto da CBF permite que Del Nero concorra à reeleição em 2019 e na sequência em 2023. Ou seja, ele pode continuar no poder do futebol brasileiro até 2027 com o apoio das federações, que passaram a ter um peso maior no processo de escolha do mandatário. Cada voto das 27 federações terá peso 3, enquanto os votos dos clubes os maiores interessados no futebol dentro de campo têm peso 2, se estiverem na Série A, e peso 1 para clubes da Série B.
A manobra tem um único objetivo. Manter o poder nas mãos da CBF e das federações, que são cada vez mais inúteis para o progresso do futebol brasileiro. Não representam os clubes, mas se beneficiam deles com cobranças absurdas. Na prática, as federações têm 81 votos e os clubes 60. Ou seja, nem se os 40 maiores clubes nacionais se unissem pelo bem do nosso futebol, seria possível tirar o poder desta gente que não merece ter uma seleção com Tite no banco de reservas e Neymar em campo. "Eles pensam que somos otários", resumiu o treinador do Atlético-PR, Paulo Autuori.
NUTELLA X RAIZ
Londrina e Paraná Clube fizeram o melhor jogo da primeira fase do Paranaense na última quarta-feira (22) no empate em 2 a 2. Mas, o LEC entrou em campo com um uniforme que não representa a tradição de 60 anos. Uma partida deste tamanho contra o rival, em grande fase, merece um Tubarão alviceleste. Melhor, a torcida quer um Londrina de azul e branco dentro do Estádio do Café. Não entendo a insistência de jogar com uniforme preto como mandante, que obrigou um Paraná Clube nada tricolor no Café. Ontem, fora de casa, mais uma vez o uniforme Nutella, ao invés do raiz. O azul e branco na camisa estavam lá, quando o Tubarão terminou a campanha do Brasileiro de 1977 em quarto lugar depois de derrubar o Gigante da Colina. As belas listras alvicelestes estavam lá na Taça de Prata e nos títulos paranaenses de 1981 e 1992. Por favor, vamos jogar de azul e branco na decisão de quarta-feira contra o Coxa. Boa semana.