Ficha suja, Dilma não será candidata em 2018
A ex-presidente Dilma ameaça disputar a Câmara ou o Senado em 2018, mas é conversa fiada: a Lei Ficha Limpa torna inelegível quem é condenado por órgão colegiado por crime contra a administração. Foi o que aconteceu com ela, ao ser julgada e cassada no Senado. Ministros já afirmaram a esta coluna que, provocado, o Supremo Tribunal Federal deverá anular o fatiamento promovido pelo Senado, que a cassou, mas não suspendeu seus direitos políticos por 8 anos.

Caso concreto
Para ministros do Supremo ouvidos pela coluna, "no caso concreto" uma ação civil pública impediria de imediato o registro da candidatura.

Contra o Erário
O Artigo 1º da Lei das Condições de Inelegibilidade, alterado pela Ficha Limpa, é claro: crimes contra a administração rendem inelegibilidade.

Malandragem
A Resolução 35/2016 do Senado não inabilitou Dilma automaticamente, mas cassou o mandato "sem prejuízo das demais sanções judiciais".

Derrota na certa
Filiada ao PT-RS, Dilma precisaria de muita lábia junto ao eleitor: ao ser expulsa do Planalto, sua rejeição no Rio Grande do Sul era de 85%.

Energia solar é a bola da vez, exceto no Brasil
Enquanto a Índia inaugura a maior usina de energia solar do mundo, o Brasil segue na vanguarda do atraso priorizando a produção de fontes poluidoras, além de mais caras, como as térmicas. Produzida ao custo de US$ 5 por MW/h (R$15 o MW/h), a matriz se mostrou a fonte mais barata disponível. Em leilão recente no Brasil, o valor contratado por MW/h foi de R$ 83,49 para hidrelétricas e R$ 135 para usinas térmicas.

Lorota desfeita
Alta fonte no Tribunal de Contas da União negou haver recomendação para cancelar aquisição de energia solar e eólica pelo governo.

Outra lorota
O governo usou a suposta recomendação do TCU para cancelar leilão em 2016 e alegou haver "sobra de energia", apesar da alta nas contas.

Empregos
A Índia criou 270 mil empregos apenas com o investimento em energia solar, em 5 anos. Nos EUA, o setor emprega 374 mil pessoas.

Assombração
PT e PCdoB se alojaram na primeira fila da sabatina, fazendo caras e bocas, mas Alexandre de Moraes não se incomodou. Respondeu o que quis e evitou comentar "questões que podem vir a ser julgadas".

Covardia pega?
Faltou coragem aos governadores para se solidarizar ao Espírito Santo, vítima do motim covarde de PMs. O governador Paulo Hartung, ao contrário, mandou muito bem, encarando o movimento criminoso.

Dúvida
Maria Tereza Uille, recém-indicada ao Conselho Nacional de Justiça, está entre os avaliados para ministro da Justiça. Ela tem livre trânsito junto a ministros do Supremo Tribunal Federal como Gilmar Mendes.

Urticária
Michel Temer acha o vice-procurador geral José Bonifácio Andrada "excelente nome" para ministro da Justiça, mas, egresso do MP, sabe que a subordinação a um procurador provocaria urticária na PF.

Vozes do passado
Ao proibir a transmissão do clássico Atlético x Coritiba pelo Youtube, a Federação Paranaense agiu como o carteiro contra e-mail, diz Luiz Fernando Pereira, advogado. É o passado inconformado com o futuro.

Legal é moral?
O ministro Maurício Quintela (Transportes) garante que a Constran, do grupo UTC de Ricardo Pessoa, líder do consórcio da obra para duplicar a BR-101 em Alagoas, "não tem inabilitação" ou qualquer impedimento.

Redator pouco criativo
Chamou atenção o papelão de Fátima Bezerra (PT-RN) na sabatina de Alexandre de Moraes. Ela se limitou a ler um papel. Pior: usando as mesmas expressões que a fizeram ler na comissão do impeachment.

Contra a farra
Chegam a 62,4 mil as adesões ao abaixo-assinado do Change.org que pelo fim de passagens aéreas para senadores e deputados. Nenhum dos 210 políticos investigados na "farra das passagens" foi punido.

Pergunta em Curitiba
Senadores investigados por corrupção poderiam mesmo ter exigido ontem "reputação ilibada" do sabatinado Alexandre de Moraes?

Imagem ilustrativa da imagem CLÁUDIO HUMBERTO



PODER SEM PUDOR

Pancada democrática
Candidato ao Senado pelo PMDB-PR em 1990, Waldyr Pugliesi convocou coletiva para explicar que era injusta sua fama de "pavio curto". Na coletiva, um militante do PMDB puxou uma conversa cabulosa e ele a encerrou com um soco na mesa. Refeito, contou que só perdeu a cabeça uma vez, em Arapongas, quando esmurrou um vereador que o criticara. Mas observou:
- Aquele soco foi com o braço democrático...
Ah, bom.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos
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