Após Cunha, prisão de Lula será ‘cereja do bolo’
Mais do que demolir o discurso de "perseguição" ou "caçada judicial", a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha abre caminho para a prisão do ex-presidente Lula, que, iminente, será "a cereja no bolo" da Lava Jato, segundo expressão de um dos investigadores. Preso por ordem do juiz Sérgio Moro, que Lula acusa de parcialidade, Cunha é para o PT o seu "inimigo nº 1". Agora, os petistas terão de procurar outra explicação para as três ações de corrupção em que Lula é réu, na Justiça Federal.

A hora vai chegar
A tendência, na Lava Jato, é "esgotar" o caso Eduardo Cunha, explorando todas as suas possibilidades, antes da "cereja do bolo".

Justiça para todos
Lula e petistas repetiram tanto a lorota de "caçada judicial" que ontem ficaram mudos, surpresos com a prisão do inimigo Eduardo Cunha.

Material robusto
As alegações para a prisão de Eduardo Cunha, acatadas por Sérgio Moro, são "café pequeno" comparadas às acusações contra Lula.

Monitoramento
Para cumprir a ordem de prisão expedida por Sérgio Moro, policiais estudaram minuciosamente a rotina de Cunha, no Rio e Brasília.

No DF, 7% embolsam 77% das receitas do governo
Quem ainda tem duvida da necessidade de limitar os gastos públicos deveria examinar as contas do governo do Distrito Federal. Com folha de pagamento de R$ 1,6 bilhão mensais, o governo do DF consome só com os salários e benefícios de 214,6 mil servidores, ativos e inativos, R$ 26,5 bilhões dos R$ 31 bilhões de sua capacidade de arrecadação. No total, são 7% da população abocanhando 77% de todas as receitas.

Insuportável
O governo do DF decidiu não pagar a parcela do reajuste do servidor, previsto para outubro, que aumentaria a folha em R$ 1,5 bilhão.

Passando o rodo
Além de impostos, as receitas do governo do DF incluem transferências obrigatórias e voluntárias da União, repasses e fundo de participação.

Parte do leão
Com 77% das receitas entregues aos servidores, sobram 20% para custeio, 1% para serviço da dívida e apenas 2% para investimentos.

Foi um sucesso
No Japão, o presidente Michel Temer consertou lambança de Dilma, que, grosseira, cancelou duas visitas oficiais já confirmadas. Até deu chá-de-cadeira no príncipe Naruhito. Os japoneses estavam ofendidos.

Como manda o figurino
Michel Temer fez tudo certo: visitou o imperador Akihito, recompondo-se com o Japão. E visitou o Keidanren, "mega-Fiesp" considerada mais importante e mas respeitada pelos japoneses que o próprio governo.

Era conversa fiada
A prisão de Eduardo Cunha desautorizou, de vez, a fantasia de que ele negociava delação premiada. Cunha é considerado alvo final, por isso a força-tarefa não se interessa por acordo que o livre de longa punição.

O chefe já foi
Deve ter sido em claro a noite do ex-deputado Henrique Alves, o maior parceiro de Eduardo Cunha em Brasília. São muito ligados, mas Cunha tinha ascendência sobre Alves, mesmo quando este presidia a Câmara.

Medo do escuro
Na Câmara, o clima é de apreensão com a prisão de Eduardo Cunha. Consta que ele tinha o hábito de gravar conversas com aliados. Estima-se que cerca de duzentos deputados deviam favores a ele.

De Curitiba não sai mais
Na Câmara, deputados fizeram bolão sobre o tempo de prisão de Eduardo Cunha. A impressão geral é que ele será condenado, como o ex-senador Gim Argello, antes mesmo de deixar a carceragem da PF.

A derrota de Taques
O governador de MT, Pedro Taques (PSDB), vive a expectativa da derrota em Cuiabá: no primeiro Ibope do 2º turno, seu candidato Wilson Santos registrou 32% contra 51% do adversário, Emanuel Pinheiro, do PMDB. É mais uma das muitas derrotas de aliados no Estado.

Ladeira abaixo
Cliente dos Correios no Rio postou em 26 de junho uma carta simples para Vitoria da Conquista (BA), pagando R$ 6,50. Não chegou até hoje, quase quatro meses depois. Tampouco retornou ao remetente.

Pensando bem...
...se Dilma caiu, Cunha caiu, inflação caiu, dólar caiu e os juros caíram, o tombo de Lula não deve estar muito distante.

Imagem ilustrativa da imagem CLÁUDIO HUMBERTO



PODER SEM PUDOR

Cai fora, deputado
O jurista Paulo Brossard era deputado estadual, no Rio Grande do Sul, e discursava sobre a crise política da época, mas fingia não ouvir os insistentes pedidos de aparte de um adversário, Porcínio Pinto (PTB):
- Como é, vossa excelência vai ou não me dar uma palavrinha?
Brossard parou de repente e respondeu com calma e firmeza:
- Por favor, retire-se do meu discurso!

Com André Brito, Gabriel Garcia e Tiago Vasconcelos
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