Em dias de calor há um aumento na incidência de animais silvestres no perímetro urbano, alguns até invadindo espaço nas residências. Foi o que aconteceu nesta semana na casa da vendedora Marileide Alves da Silva, moradora do Conjunto Cafezal 2 (zona sul de Londrina). Ela relata que no último domingo (4) encontrou uma cobra, que estava entrando na cozinha por um buraco entre os azulejos.
"Estávamos só eu e a minha menina, que tem 13 anos. A cobra estava metade dentro do buraco e metade para fora. Quando peguei a vassoura, ela entrou no buraco novamente. Chamei a Polícia Ambiental e acabei tampando com cimento para ela não sair", diz Marileide, que em 20 anos morando no local, nunca tinha passado por essa situação.

Segundo a soldado Camila Reina, da 2ª Companhia da Polícia Ambiental em Londrina, nesses casos, a recomendação é comunicar o órgão competente para receber as orientações corretas. Ela lembra que quando uma pessoa mata qualquer animal silvestre pode ser enquadrada pela Lei de Crimes Ambientais (9605/98), que proíbe matar, perseguir, caçar, apanhar ou utilizar de qualquer outra forma esses animais sem licença ou autorização da autoridade competente no município.
Além disso, a pessoa pode correr um risco. "Se uma pessoa vai para cima do animal silvestre, o animal se sente acuado e vai para o ataque, porque percebe que tem algo de errado", explica.

Em alguns casos, como a cobra, por conta de sua peçonha, a policial ressalta que a maneira como esse animal será resgatado e retirado da residência exige equipamento correto e técnicas adequadas. "Pedimos que de maneira alguma as pessoas manipulem animais silvestres. Existem outros animais que possuem algumas doenças que podem ser transmitidas por mordida ou arranhão. Se eventualmente a pessoa se ferir na tentativa de se livrar do animal, ela deve passar por vários procedimentos, entre eles, ir para uma Unidade Básica de Saúde e tomar vacinas de raiva e passar por outros protocolos", aponta.

O caso de Marileide foi um dos quatro casos registrados no último domingo e todos eles aconteceram no mesmo horário, por volta do meio-dia. "O que acontece é que no domingo todo mundo está em casa e consegue observar mais. Não significa que não estejam entrando nos outros dias, mas é que nos fins de semana, quando a população está em casa, consegue observar mais", observa.

Segundo soldado Camila, é preciso cuidar dos quintais, principalmente em relação a deixar alimentos disponíveis. "É preciso deixar o lixo fechado e a ração de cachorro deve ser recolhida após ele comer. Esses itens atraem ratos e os grandes predadores de ratos são as cobras. É uma cadeia que é atraída. O mesmo vale para madeiras e entulhos no quintal. Os animais procuram locais mais frescos para se esconder e esses materiais possuem essa característica", aponta.
Neste período mais quente, explica a soldado Camila, os gambás buscam locais seguros para ter seus filhotes e os lagartos procuram locais quentes em que podem receber sol. "Nenhum deles oferece risco à população. Os policiais resgatam os animais e os inserem em seu meio", explica.

SERVIÇO: Mais informações na 2ª Companhia da Polícia Ambiental de Londrina pelo fone (43) 3341-7733