Recentemente, durante a passeata do Grito dos Excluídos, o movimento contra o genocídio da juventude das periferias de Londrina se pronunciou contra as mortes que têm sido registradas vitimando jovens, sobretudo de periferia e negros. Na ocasião um membro do movimento, Flávia Fernandes de Carvalhais, destacou que é preciso construir estratégias de enfrentamento a essa realidade. "O coletivo é formado por diversas representações. Temos pessoas da Universidade Estadual de Londrina, do Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública, de famílias que perderam seus entes assassinados, de artistas de rua, do movimento negro e de outros movimentos sociais", aponta.

Segundo a assistente social Sandra Coelho, também membro do movimento, o coletivo contra o genocídio da juventude tem como objetivo a mobilização da comunidade para fortalecer contra as mortes da juventude e por este motivo tem realizado encontros com pesquisadores e mães que perderam seus filhos em mortes violentas. "Esses encontros nas periferias são uma estratégia do coletivo para envolver as comunidades. Estamos realizando encontros nas cinco regiões de Londrina. A gente está utilizando a arte como estratégia de mobilização, com oficinas de poesia, arte e dança", ressalta.

A ideia é realizar um grande encontro em fevereiro, quando todas as regiões poderão se encontrar, já que os familiares daqueles que foram mortos sentem dor, isolamento. "Com isso podemos dar força para que eles lutem por seus direitos. Queremos criar um observatório contra essas mortes. A gente percebe que essas mortes acontecem a conta-gotas, mas precisamos evitar que mais mortes ocorram", aponta.