Escoras de eucalipto estão espalhadas por todo o espaço comprometido: preocupação de funcionários e estudantes
Escoras de eucalipto estão espalhadas por todo o espaço comprometido: preocupação de funcionários e estudantes | Foto: Marcos Zanutto



Rolândia - Bastam alguns passos pelo Colégio Estadual Presidente Kennedy, na área central de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), para que os problemas estruturais da instituição possam ser notados. Atendendo cerca de 1.300 alunos dos ensinos fundamental e médio, o local foi atingido pelas fortes chuvas de janeiro de 2016. Desde então, funcionários e alunos aguardam a reforma de um dos blocos, que foi severamente comprometido. A assinatura autorizando o início dos reparos aconteceu na semana passada.

Os estragos fizeram com que a ala fosse totalmente interditada. Por conta do grande volume de água no dia da tempestade, o solo se movimentou, causando rachaduras e trincando diversas paredes e pisos. A sala dos professores e duas de aula, de outo setor, também registraram avarias e chegaram a ficar fechadas por um período, sendo liberadas somente após vistoria de engenheiros. A situação, que se arrasta a quase dois anos, fez com que a escola reorganizasse outros espaços para comportar os estudantes.

"Tivemos que dividir uma sala que era usada para teatro e reunião em duas. Além disso, o bloco que fechou em razão dos problemas era o que tinha mais banheiros. Dos 12 que a escola dispõe, nove estavam lá. Os três que restaram ficam na quadra e, por isso, foi necessário realizar reparos para que pudesse receber uma quantidade maior de alunos", explicou Carlos Marcelo Campaner, diretor auxiliar. O bloco interditado possui 20 salas, das quais 15 eram para o ensino regular e o restante para outras atividades.



MEDO
Mesmo com as avarias, o pavilhão só recebeu reforço na segurança 12 meses após a interdição, quando servidores da Secretaria de Educação colocaram dezenas de escoras de eucalipto por todo o espaço comprometido, como forma de evitar que a estrutura desabasse. "Ficamos com receio, porque tem lugar que existem várias rachaduras em um mesmo ponto e paredes que estão trincadas de cima em baixo", afirma.

O estado do bloco incomoda e assusta os funcionários. "A preocupação é que isso tudo possa vir a desabar com mais chuva, já que o solo parece que continua se deslocando. Durante a noite ouvimos muitos barulhos de estalos da estrutura. É um risco para nós e para os alunos", desabafa uma funcionária.

Pais, alunos e professores chegaram a realizar protestos para cobrar uma resposta do poder público. "Fizemos 'panelaço', manifestação e tudo mais que foi possível para chamar atenção da comunidade, que prontamente passou a defender a reforma do bloco junto com nós", contou Goreti Freitas, diretora-geral da escola.

EM DEZEMBRO
De acordo com Lúcia Cortez, chefe do Núcleo Regional de Educação, uma empresa de Cascavel (Oeste) foi contratada para reformar a ala da escola, a um custo de R$ 400 mil. Ela informou que as obras devem começar até o dia 4 de dezembro e o prazo para a finalização é de 150 dias. A reparação deverá contemplar a drenagem do terreno, entre outras ações.

Cortez ainda justificou a demora para o início das obras. "Por conta da movimentação do solo, foi preciso fazer uma licitação para contratar alguém responsável por fazer todo o estudo e somente depois disso pudemos ir atrás de uma empresa para executar o trabalho. Juntou a parte burocrática com a situação da escola", elencou.

Segundo a diretora-geral da instituição, a busca para que o bloco interditado recebesse obras de reparo foi uma "luta". "Mandávamos vídeos para a Secretaria da Educação, em Curitiba, e para o Núcleo de Educação, em Londrina, mostrando o quanto isso prejudica nossos alunos. Em dias de chuva, por exemplo, eles se molham para poder usar os únicos banheiros que restaram. Desde 2016 estamos à espera de um milagre", define.