O presidente da Câmara de Vereadores, Adalberto Pereira (PFL), quer que cinemas, restaurantes e ginásios de esportes tenham cadeiras especiais para pessoas obesas. Ontem, ele protocolou projeto de lei obrigando estes e outros estabelecimentos a dispor de equipamentos especiais. A matéria passará pelas comissões da Casa antes de ser colocada na pauta de votações.
Segundo Adalberto Pereira, de 10% a 15% da população é obesa - ele próprio tem 1,90 metro de altura e 180 quilos. ‘‘Vejo e sinto as dificuldades das pessoas obesas nestes lugares’’, observa. Ele cita como exemplo de dificuldade os restaurantes, onde raramente os obesos encontram cadeiras em que se sentem confortáveis. ‘‘Eu não me sinto constrangido: se uma cadeira não dá, junto duas e sento’’, afirma. ‘‘Mas, muitas vezes, os obesos deixam de ir a um restaurante por causa deste problema.’’
De acordo com o projeto - que se aprovado será o primeiro a beneficiar idosos -, cada estabelecimento terá que dispor de cadeiras ou poltronas especiais correspondente a, no mínimo, um por cento da lotação. Os mercados e supermercados deverão ter caixas registradoras com passadouros especiais - a quantidade deve corresponder a no mínimo 20% dos caixas.
Se aprovado e sancionado, os estabelecimentos em funcionamento terão prazo de 180 dias para se adaptar, a partir da publicação da lei. O projeto prevê ainda que o não cumprimento da lei sujeita os infratores a uma multa correspondente a 300 Ufirs ao mês.
O presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Londrina, Newton Sborgi, acha válida a idéia do vereadores, mas ressalta que deveria ser apenas uma orientação e não uma obrigatoriedade. ‘‘Tenho certeza que a categoria vai aceitar o pedido, uma lei sobre isso é desnecessária’’, afirma.
Newton Sborgi observa que a categoria já se preocupa em atender bem o cliente. ‘‘O que podemos fazer, temos feito’’, afirma. Ele exemplifica, relatando que os restaurantes dispõem de cadeiras especiais para bebês. ‘‘E isso não está previsto em lei’’.