Bastam poucos minutos de observação para constatar o que os moradores da região da Avenida Inglaterra, no Jardim Igapó (zona sul de Londrina) estão cansados de alardear. O trânsito na região é perigoso e muitos motoristas não respeitam as faixas de pedestre, além de trafegarem em alta velocidade.
Na tarde do dia 11, Argelino Munhoz, de 74 anos, foi atropelado enquanto atravessava a via em uma faixa identificada com placas da campanha Pé na Faixa. Ele teve traumatismo craniano, fraturou a bacia e continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa, respirando por aparelhos, segundo informações da assessoria de imprensa do hospital.
"Vi meu amigo 'voando' e caindo longe. Um carro tinha parado para ele atravessar, o problema foi a moto que veio depois, correndo. Só não arranco essas placas do 'Pé na Cova' porque depois vou arrumar problema, mas que dá vontade, dá", reclama o comerciante Jair Gonçalves, se referindo às placas da campanha Pé na Faixa.
Segundo ele, a comunidade está indignada porque mesmo depois do atropelamento nenhum agente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) esteve no local para orientar e fiscalizar os motoristas. "Hoje (ontem) quase aconteceu outro atropelamento, sorte que a mulher voltou a tempo para o canteiro. Na época das aulas é pior, tem uma escola aqui para baixo e me dá agonia vendo as mães atravessarem isso aqui com as crianças. Uma lombada elevada seria bem melhor do que essas faixas", afirma.
Para o aposentado José de Almeida, morador da região, o maior problema são as motos, que passam entre os carros quando estes estão parados na faixa. Também aposentado, Ikuo Aizawa conta que sente medo ao atravessar a avenida quando está a pé, mas a sensação não é diferente quando está dirigindo. "Já vi muita gente bater atrás de quem está parado, inclusive um engavetamento de quatro carros. Eu paro, mas fico esperando pelo pior. Acho que deveriam colocar um quebra-mola aqui."
A comerciante Junie Jhenifer Lima, que tem uma lanchonete quase em frente à faixa, observa que é frequente os veículos não pararem no local. "Mesmo com as placas de fiscalização eletrônica, passam correndo. Acho que com a faixa elevada teríamos mais resultados."

Solicitação
Além da faixa elevada, outra solicitação dos moradores é um semáforo na esquina da Avenida Inglaterra com a Rua Dinamarca. "Há algum tempo a CMTU disse que não havia fluxo de veículos suficiente, mas agora é diferente. Os carros vêm muito embalados e não param", afirma Ivonete Nunes, moradora da região há 45 anos.
A faixa de pedestres localizada em frente a um supermercado também não é considerada segura pelos moradores. Embora muitos motoristas passem em velocidade mais baixa, alguns não param para os pedestres atravessarem, conforme constatou a reportagem. "Aqui é bastante difícil e já vi de tudo: atropelamento, batida...", constata Abílio Cardoso dos Santos, segurança externo do supermercado.