Guarapuava - Nos últimos seis meses, a prefeitura de Guarapuava (Centro) desembolsou R$ 300 mil para reparar danos causados por vândalos em prédios e espaços públicos. As depredações aconteceram em centros municipais de educação infantil, unidades básicas de saúde, praças e cemitérios. Em um dos casos, o autor foi identificado e obrigado pela Justiça a reembolsar o município, mas na maioria das vezes quem arca com o prejuízo é a própria prefeitura, que apela à população para que denuncie os responsáveis.

Um dos casos mais sérios de depredação do patrimônio público registrado nos últimos tempos ocorreu na unidade básica de saúde do distrito de Guará. O sistema de alarme não impediu a entrada de invasores. Eles arrombaram a porta, quebraram vidros, telhas, levaram computadores e equipamentos de saúde do local. Na saída, ainda deixaram muita sujeira. Junto com a UBS, funcionam também um posto de atendimento dos Correios e uma unidade do Cras (Centro de Referência de Assistência Social). O vandalismo atingiu os três órgãos e a secretaria municipal de Administração calcula que tenham sido gastos mais de R$ 20 mil para reparar os danos.

A praça da Ucrânia, no centro da cidade, também não escapou dos vândalos. Bastante frequentada pela população para atividades de lazer, principalmente nos finais de semana, a praça oferece quadras poliesportivas, parque infantil, academia ao ar livre e é utilizada para a prática de caminhada. Em uma madrugada, há cerca de três meses, uma pessoa entrou com o carro no local e danificou o espaço. Arrancou parte do gramado e danificou a quadra de esportes. Câmeras de segurança de uma residência flagraram a ação e por meio da placa do veículo foi possível identificar o proprietário e responsável pela depredação. A prefeitura registrou Boletim de Ocorrência e arcou com os reparos, mas a Justiça determinou que o autor faça o reembolso aos cofres municipais. O valor ainda está sendo calculado.

Além desses dois casos, outros órgãos públicos foram alvos de arrombamentos, como a UBS do bairro Recanto Feliz, em julho, que havia sido reformada e entregue dois meses antes, e o Centro Municipal de Educação Infantil da Vila Planalto. Na unidade de saúde, foram furtados vidros e lixeiras foram incineradas. Já a creche foi arrombada, vidros foram quebrados e a porta, arrebentada.

Nem os cemitérios escaparam. Além de furtos de placas e outros itens dos túmulos, em pelo menos dois deles, ladrões entraram e furtaram os equipamentos usados pelos coveiros, prejudicando o atendimento à população. "A administração municipal tem, diariamente, construído e reformado equipamentos e espaços públicos, tudo para o bem-estar da população e a gente percebe muitos atos de vandalismo. Estão destruindo uma coisa que é de toda a cidade", disse o secretário municipal de Planejamento, Paulo Dirceu Rosa de Souza.

Para a secretária municipal de Administração, Denise Abreu Turco, o aumento do número de casos de vandalismo está relacionado ao crescimento populacional, ao aumento da violência e da drogadição. "As pessoas ficam mais vulneráveis a cometer esse tipo de delito. Mas não começou neste ano. Tem histórico antes, mas a gente não dava tanta publicidade. Hoje, quando acontece algo, divulgamos para pedir a ajuda da comunidade para que a população se sensibilize e denuncie os autores. Tem dado resultado, principalmente nas escolas e CMEIs, a sociedade de pais tem cuidado, mas ainda precisa muito, as pessoas não gostam muito de se envolver", disse ela.

Prefeitura planeja instalar câmeras e melhorar iluminação

Com pouco mais de 167 mil habitantes, o município de Guarapuava tem 130 guardiões que fazem a vigilância patrimonial, além de duas equipes de ronda 24 horas, totalizando 16 funcionários. Os prédios públicos também contam com sistema de alarme.

Para reforçar a segurança, está em fase inicial na prefeitura um processo de parceria público-privada para melhoria da iluminação de toda a cidade, com a substituição de lâmpadas de vapor de mercúrio e vapor de sódio por modelos de LED, com potência maior que as atuais. A parceria prevê ainda a instalação de câmeras de monitoramento e uma central de controle. "Isso deve coibir as ações de vandalismo", afirmou o secretário municipal de Planejamento, Paulo Dirceu Rosa de Souza.

A parceria está em fase inicial e ainda devem ocorrer uma consulta e uma audiência públicas antes do lançamento do edital, que terá valor máximo de cerca de R$ 140 milhões, válido por 20 anos. A expectativa da prefeitura é que a instalação das câmeras aconteça logo após a assinatura do contrato, em março ou abril, mas o secretário de Planejamento prevê possíveis atrasos no processo. "Todas as câmeras deverão estar instaladas até 2020", adiantou ele. (S.S.)