''Minha filha era muito alegre, amava o trabalho e distribuía sorrisos.'' O relato de Maria do Socorro de Souza, mãe da técnica de enfermagem Suely de Souza, que morreu vítima de uma bala perdida em março de 2007, comoveu funcionários e pacientes do Hospital Universitário (HU) de Londrina.
O Manifesto pela Paz é realizado há seis anos pelo HU, sempre em 30 de março, um dia antes da morte de Suely, ex-funcionária do hospital, que foi atingida enquanto estava em uma pizzaria com a família, na Zona Sul.
O evento tem como objetivo promover a paz entre a comunidade e homenagear Suely, que representa também todas as vítimas da violência em Londrina. Cerca de 20 crianças do Centro de Educação Infantil da Universidade Estadual de Londrina fizeram uma coreografia de uma música que representa a paz e também houve um espaço para depoimentos. Luiz Carlos Rossi, pai da estudante Amanda Rossi, assassinada há cinco anos, esteve no hospital para prestar solidariedade e falou sobre a importância de se investir em segurança e disseminar a paz.
Para Ana Maria da Silva, que assistia o evento, ''iniciativas como esta, além de mudar o clima do hospital, são importantes para pregar a paz. Se nós não buscarmos a paz e levarmos isso adiante, só viveremos com violência'', afirma.
No salão do hospital foi montado um mural com desenhos feitos pelas crianças do setor ambulatorial de quimioterapia do HU e ''tsurus'' (pássaros feitos de papel), que simbolizam a paz, sorte e longevidade, carregavam mensagens de paz e podiam ser levados para casa. Para encerrar o manifesto, foi feito um minuto de silêncio e um abraço coletivo.