Imagem ilustrativa da imagem Uma balada especial
| Foto: Fotos: Ricardo Chicarelli
Este é o oitavo ano que a boate abre as portas para a festa promovida por um grupo de voluntários: pista lotada
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Cada um com sua limitação, todos participaram da festa


Quinta-feira (8) foi dia de balada para os alunos de entidades que atendem pessoas com deficiências. Quase 200 jovens e adultos se divertiram ao som dos maiores hits do momento. No repertório, música sertaneja, Anitta, Justin Bieber, Rihanna e muito mais. A pista ficou lotada.

Este é o oitavo ano que a 2800 Music Club, na zona sul de Londrina, abre as portas para a festa promovida por um grupo de voluntários. Normalmente, a balada ocorre em março para marcar o Dia Internacional da Pessoa com Síndrome de Down, mas este ano a festa ganhou uma edição extra de Natal.

A intenção dos voluntários é mostrar que a pessoa com deficiência não precisa ficar fechada em casa, que ela gosta de dançar, faz projetos, e pode e deve participar de atividades de lazer. "É uma oportunidade deles se divertirem. A pessoa com deficiência costuma só ir para a escola, fazer atividades pedagógicas e o lazer fica restrito a sair para comer", comentou a voluntária Janeth Shibayama, psicóloga e mãe do Willian Shibayama, de 22 anos, que tem Down.

Cada um com sua limitação, todos participaram da festa. "Eles têm potencialidades e aproveitam o espaço a seu modo", disse a psicóloga Roseane Martins de Souza, que também é voluntária. Segundo ela, este tipo de atividade ajuda no desenvolvimento cognitivo deles.

"Você vê que eles têm capacidade para muita coisa. O Willian, por exemplo, faz dança japonesa, toca taiko. A gente acha eles limitados, mas não são. O Willian é uma pessoa muito afetiva e carismática", disse a Janeth.

Duas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Apae participaram da balada. Para a psicóloga Luciana Alvez Pires, o evento proporciona a socialização dos alunos. "Ajuda no desenvolvimento global deles. Esse contato em grupo é importante. Para eles é uma alegria. Para muitos é a primeira vez que vão em uma boate", comentou.

Eleito o novo auto-defensor da Apae, uma espécie de porta-voz dos alunos, Márcio Madeiro, de 24, era um dos mais animados do grupo. "Gosto bastante de dançar", disse. Está é a segunda vez que ele participa da festa.

Gregório José Castro Vicentini, de 34, também estava empolgado e agitou a pista de dança. Ele foi para balada com os amigos do grupo de teatro Jae (Jovens, Adultos e Especiais) e com a namorada Ana Cláudia Leandro de Oliveira, de 25 anos. O casal está junto há quase cinco anos.
"Vim para curtir um pouco. Gosto de sair, gosto de balada. E aqui é legal ficar com os amigos e se juntar com novos amigos. Dançar limpa a alma", afirmou Gregório. "É muito gostoso. Vou ficar até terminar", completou Ana Cláudia.


Enquanto o filho Luciano Furtado, de 38, se divertia na pista de dança, Maria Luzia Furtado registrava tudo com o celular. "Ele gosta muito de música. É algo muito proveitoso. Só ficar dentro de casa não dá", disse Maria Luzia. Ela contou que desde pequeno o filho participa de atividades que ajudam no seu desenvolvimento. "Levo ele em tudo. Levo em festa de aniversário, de casamento. Ele se diverte um monte."

De acordo com Roseane, é preciso apostar na capacidade do jovem com necessidade especial, que ele tem potencial para participar de atividades de lazer. Mas que as famílias precisam dar mais crédito a eles.