O Paraná foi o primeiro Estado a estabelecer uma política pública de ingresso e permanência de indígenas nas universidades públicas. A legislação que criou o Vestibular dos Povos Indígenas também definiu a concessão de uma bolsa de assistência de R$ 900 e de R$ 1,3 mil para quem tem filhos dependentes.
Os estudantes são acompanhados pela Comissão Universidade para os Índios (Cuia), que auxilia na adaptação do aluno. Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), existe o Ciclo Intercultural de Iniciação Acadêmica, com duração de um ano, no qual os alunos indígenas recebem formação intermediária entre a educação básica e o ensino superior.
"Os seis aprovados ficam na mesma turma recuperando conteúdos do ensino médio e vão amadurecendo a escolha do curso. Ao longo do ano é feito um processo de aproximação deles com os cursos", explicou o presidente da Cuia Estadual, Wagner Roberto Amaral.
O Ciclo está na sua terceira turma e tem auxiliado na diminuição da evasão escolar e pedidos de transferência de cursos. Na UEL, a média de evasão é em torno de 30%, mas esse percentual tem caído de 20013 para cá. "Percebemos que não existia um amadurecimento em relação à escolha do curso. Muitos chegavam querendo ingressar em Medicina e ao longo do curso percebiam que não era o realmente queriam", explicou Amaral.
Para o estudante de Direito, Elon Lucas Jacintho, de 25 anos, esse período do ciclo foi importante para fortalecer a decisão de ingressar no curso. "É um projeto novo, que tem bastante falhas, mas tem coisas boas e nos ajuda na adaptação. Conhecemos a UEL inteira", comentou. Ele contou que teve colegas que entraram na universidade pensando em cursar Medicina e mudaram para Direito, outro queria Artes e foi para Geografia. (A.M.P.)