Imagem ilustrativa da imagem TRANSPORTE URBANO - Pedaladas pela mobilidade
| Foto: Ricardo Chicarelli
Previsão é que obra fique pronta em 20 dias
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| Foto: Gina Mardones
Para moradores, uma das vias que deveria ser contemplada com uma ciclovia é a Francisco Gabriel Arruda



A Avenida Madre Leonia Milito (zona sul) será a próxima via a receber uma ciclovia em Londrina, dando sequência ao plano municipal de implantação de um sistema que interligará diferentes regiões para quem faz uso do transporte de duas rodas. A previsão é de que a obra fique pronta em 20 dias, para alívio de quem usa a bicicleta como meio de transporte para trabalhar ou estudar, como o pedreiro Donizeti de Lima, de 48 anos. "Aqui é difícil andar de bicicleta por causa do trânsito, quando precisamos cruzar a avenida de um lado para o outro os carros não deixam a gente atravessar", reclama Lima, que é funcionário de uma construtora responsável por uma obra na via. Para ele, a implantação da obra vai beneficiar muita gente .

Atualmente a cidade conta com 33,75 km de ciclovias e ciclofaixas em vias como avenidas Leste-Oeste, dos Expedicionários, Adhemar de Barros e Harry Prochet, segundo informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina. A proposta de rede cicloviária do Ippul prevê 300 km de extensão.

Lima conta que mora no Jardim Bandeirantes (zona oeste) e o caminho mais curto seria trafegar pela PR-445 (Rodovia Celso Garcia Cid). No entanto, por falta de ciclovias na rodovia, ele opta por um trajeto mais longo, mas mais seguro. O trabalhador passa pelo Jardim Colúmbia e depois trafega pela Avenida Gil Abreu de Souza até chegar na região dos condomínios fechados da zona sul. "Depois eu pego a Rodovia Mábio Palhano e a Madre Leonia Milito", acrescenta.

A Gil Abreu de Souza citada por Lima também é perigosa para os ciclistas, já que intercala pista simples e de mão dupla. Como não possui calçadas ou acostamentos, também oferece riscos para os ciclistas quando circulam em horário de pico com o fluxo intenso dos veículos de moradores dos condomínios da região.

Colega de Lima, o servente de pedreiro Cláudio Ferreira, de 51, reside em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina). Ele aponta que uma das vias mais perigosas para se trafegar de bicicleta é a Avenida Higienópolis, já que o trânsito é intenso e os veículos não respeitam as bicicletas. "A gente anda ‘encostado’ nos veículos estacionados, mas os carros circulantes acabam espremendo a gente", aponta. Segundo ele, outros amigos que moram em Ibiporã também reclamam da falta de ciclovias na Avenida Dez de Dezembro. "No trecho que sai da BR-369 (Avenida Brasília) não tem mais acostamento e fica difícil para a gente andar de bicicleta por lá."

O vendedor ambulante de salgados, Isaías Carlos Carvalho, 58, trabalha nas imediações da Unidade de Pronto Atendimento do Jardim Sabará (zona oeste) e ressalta que as ciclovias são necessárias porque os motoristas não respeitam os ciclistas. "Na realidade a cidade inteira deveria ter ciclovias, sem exceção", afirma, contando que foi foi atropelado há um ano. "O motorista do carro nem parou para prestar socorro. A minha bicicleta estragou toda, o aro entortou e fiquei com o meu braço todo ralado", relembra.

Na zona norte, o pedreiro Michel Carolino, 40, relata que para trabalhar faz o percurso entre sua casa, localizada no Residencial Vista Bela, e o Conjunto Vivi Xavier ou então para o Conjunto Ana Rosa, em Cambé . "O problema é que não existem ônibus que fazem essa ligação entre esses lugares com frequência. Temos que esperar até 40 minutos, então é mais rápido ir de bicicleta", justifica. Na Estrada Perobinha (continuação da Avenida Saul Elkind) ele relata que há um volume muito grande de carros circulando e que coloca em risco a vida dos ciclistas que passam por lá diariamente. "Aqui não tem calçada e nem acostamento, então o risco é maior", expõe.

Para o aposentado Antônio Ramos Neto, 72 , a via que poderia receber uma ciclovia e que ajudaria a interligar a zona norte com a região central é a Avenida Francisco Gabriel Arruda, que começa na Avenida Leste- Oeste (área central) e vai até o Conjunto Parigot de Souza (zona norte). "Essa avenida cruza de fora a fora um trecho bastante grande, mas como já tem corredores de ônibus, fica difícil para a gente andar de bicicleta por aqui", critica.