Movimentos repetitivos, falta de comunicação com a família e o hábito de girar em torno de si próprio foram os sintomas que apontaram à dona de casa Edi Palmeira Gonçalves que o filho dela, Rodrigo, hoje com 20 anos, era bem diferente da irmã gêmea. "Ele chorava muito e andava em torno de si. Fomos a um neuropediatra que suspeitou de epilepsia e medicou para convulsões. O diagnóstico de autismo severo só foi fechado aos 5 anos", conta a mãe, que recorda ter recebido a informação com sofrimento. "A gente vive um luto quando descobre que o filho será assim para sempre, mas depois passa", avalia.

"Aprendi a respeitar ainda mais as diferenças", explica Edi Gonçalves, com o filho Rodrigo
"Aprendi a respeitar ainda mais as diferenças", explica Edi Gonçalves, com o filho Rodrigo



Sem qualquer informação sobre o transtorno, ela matriculou Rodrigo em uma escola especializada e passou a ter mais informações sobre os cuidados em relação ao filho. Aos dez anos, ele passou a frequentar a COL, onde passa quatro horas diárias. Aos 20 anos, ela avalia que, graças à estimulação, Rodrigo aprendeu a lidar melhor com outras pessoas e hoje já é capaz de passar um tempo em eventos sociais, o que era impossível há alguns anos. "Ele tem medo do que é estranho", explica.

Edi conta que sempre foi uma pessoa tolerante, o que ajudou a aceitar a individualidade do filho. "Como mãe de um autista, aprendi a respeitar ainda mais as diferenças", acredita ela, que passou também a dar mais valor ao tempo depois de conviver com a rotina de Rodrigo.
Mãe de três outras filhas, ela conta que a vida em família é normal. "Todo mundo teve que aprender a cuidar dele. Espero que, cada vez mais, a sociedade aprenda a lidar com o autismo para que meu filho possa ter os limites respeitados." (C.A.)