Vitória dos Anjos Silva começou a tocar violino há poucos meses
Vitória dos Anjos Silva começou a tocar violino há poucos meses


Em meio ao agito do dia a dia, passar no Santuário de Graças Schoenstatt já proporciona muita paz aos seus frequentadores. E com o Festival Internacional de Música de Londrina seus jardins ganharam a companhia de melodias de diversos instrumentos e vozes dos alunos dos cursos realizados nas dependências do Colégio Mãe de Deus. Entre as centenas de estudantes, muitas crianças e pré-adolescentes.

A estudante Vitória dos Anjos Silva, 11, é uma das iniciantes no estudo do violino. "Comecei a estudar o instrumento no começo deste ano na Associação Solidariedade Sempre", relata a menina, dizendo que teve o primeiro contato com o violino na igreja de seu bairro, onde muitas pessoas tocam o instrumento. "Eu ficava admirada com o som, que é bem melódico. Eu achava muito legal", destaca a menina, moradora da zona norte de Londrina.

A garota conta que seus pais autorizaram a frequentar as aulas, mas inicialmente tinham medo que ela se perdesse no caminho ou acontecesse algo. "Eu fui falando e convencendo", explica. "Quando meus pais me viram tocando pela primeira vez, minha mãe quase chorou. Meu pai também sentiu orgulho."

Segundo a professora Ana Yara Campos, que está em Londrina para ministrar cursos para regentes que atuam na educação musical e coro infanto-juvenil, quem trabalha com criança precisa atuar também com a família. "A criança depende do pai, da mãe, da avó para levar às aulas. É preciso acompanhar, buscar, e manter esse contato com a gente. A criança depende dessa parceria com os pais. Esse é o primeiro grande desafio que as pessoas que atuam no ensino musical se deparam", destaca.

"A música me ajuda a encontrar a paz interior", garante Fernando Ribeiro Costa
"A música me ajuda a encontrar a paz interior", garante Fernando Ribeiro Costa | Foto: Fotos: Saulo Ohara



Fernando Ribeiro Costa, 13, do Jardim Ideal (zona leste), estuda música há quatro anos e conta que frequentar as aulas não prejudicou as suas brincadeiras ou o estudo. "Eu dedico uma hora e meia ou duas horas para praticar o violino. Acho que a música estimula a criatividade, a disciplina e ajuda na concentração nos estudos. Tocar música é uma experiência legal, porque ela me ajuda a encontrar a paz interior. Gosto muito da música clássica. Meu compositor preferido é o Beethoven", afirma.

"É preciso bastante concentração e vontade", afirma Diogo Lucas Brito de Oliveira
"É preciso bastante concentração e vontade", afirma Diogo Lucas Brito de Oliveira



Outro participante do festival é Diogo Lucas Brito de Oliveira, 11, morador do Jardim São Jorge (zona norte). Ele estuda flauta doce há dois anos e e é admirador de artistas como Henrique e Mateus, Matheus e Juliano, Luan Santana e Bruno e Barreto. "Essa formação musical vai me ajudar a me tornar um artista como eles. Na música é preciso bastante concentração e vontade de tocar. Não é qualquer um que consegue. Eu treino e pratico em casa. Fico vendo as notas na internet e durante meia hora por dia fico tentando tocá-las", destaca.



A professora Campos ressalta que trabalhar com criança é trabalhar com o futuro. "E qual o futuro que a gente quer? Você quer uma cidade bonita, sensível, criativa, com o sentimento de fazer coisas juntos, de compartilhar. Assim como nós compartilhamos sonoridades, nós compartilhamos todas as dificuldades de nossas vidas trabalhando com a criança."

Quem quiser acompanhar a apresentação das crianças que participam do FIML, no sábado (15) estão programados dois eventos. Às 9h30 haverá a apresentação "Viva criança", na Igreja Presbiteriana; e às 12 horas as crianças ficarão em frente ao Banco do Brasil e partirão em direção ao teatro Ouro Verde para o encerramento de suas atividades. O Festival de Música segue até o dia 22 de julho, com a realização de cursos e apresentações.

Imagem ilustrativa da imagem 'Tocar é uma experiência legal'
| Foto: Shutterstock